Cardinal Richelieu (Armand Jean du Plessis) (1585-1642)
Que faz aqui o Cardeal Richelieu? Pois sucede que hoje é dia 1º de Dezembro, feriado nacional. Poucos serão os portugueses com uma ideia rigorosa sobre o que originou este feriado. A maioria terá ideias que se resumirão à evocação de que "nesse dia nos tornámos independentes dos espanhóis". Os mais informados precisarão a Restauração da Independência como pondo termo a 60 anos de "domínio filipino". Na verdade, esse golpe nobiliárquico, pouco mais do que palaciano, veio criar uma situação que só se definiria cerca de 20 anos depois, no tempo da governação do Conde de Castelo Melhor. A Guerra da Restauração, no essencial, desenrolou-se nesse tempo diferido, muito depois do ocorrido no dia 1º de Dezembro de 1640. Não foi decisivo o sentimento nacional - de resto, este utilizar tal conceito para esta época ainda é parcialmente anacrónico. Foi decisivo, isso sim, o contexto de crise do império hispânico e, mais precisamente, o desafio lançado pela estratégia do "primeiro-ministro" de França, o Cardeal Richelieu. O criador da raison d'état veio alterar os dados estratégicos da Europa, com uma política que visava criar todo o tipo de dificuldades ao império hispânico. Nessa orientação se inseriu a instigação da revolta catalã, que eclodiu em Junho de 1640 e que, durante 19 anos, concentrou os mais importantes recursos militares do valido de Filipe IV, Conde-Duque Olivares. Durante esses 19 anos, Portugal pode preparar-se militarmente. Quando finalmente a máquina militar espanhola, desmoralizada e desgastada foi chamada a "pôr na ordem" os insurrectos portugueses, encontrou pela frente um motivado dispositivo militar de cariz defensivo, superiormente organizado pelo Conde Castelo Melhor. A Restauração ficou, finalmente, assegurada. O seu maior responsável objectivo tinha falecido há mais de 20 anos - fora o criador de la grandeur de la France: Richelieu. Falta um busto dele no monumento aos restauradores...
3 comentários:
Chirac.....el nuevo "Richelieu"....
Chirac....aprendiz de brujo....
Chirac....ingrato con Aznar.
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