Notas de férias: Habitações
A grande maioria da população norte-americana vive em habitações unifamiliares, em madeira ou aglomerados sintéticos com madeira, de construção por módulos pré-fabricados. O resultado é contraditório. Por um lado, são, geralmente, bonitas, amplas, muito confortáveis (quentes no inverno; frescas no verão), mais protegidas da humidade e económicas. Por outro lado, pelo menos para mim, não deixam de dar a sensação de insegurança, na medida em que um simples caminhar pelo soalho implica algum estremecimento da estrutura e a abundante presença da madeira sugere vulnerabilidade a incêndios. Para quem está habituado à nossa realidade é difícil perder uma sensação de precaridade. Sensação que é reforçada quando se observa que, pelo nenos naquela zona de New Jersey, quase toda a gente tem casa alugada e não passa pelo plano de vida dos jovens comprar casa. Na verdade parece existir uma grande facilidade em mudar de casa - mesmo na comunidade portuguesa concentrada em Ironbound (Newark) é comum a mudança de casa sem sair dessa zona. Percebe-se, desde logo, que existe um mercado de habitação para alugar, o que implica uma vida preparada para mudanças. Este desprendimento do lugar onde se vive é, aliás, um símbolo de uma mutabilidade social que pouco tem a ver com os padrões da sociedade portuguesa. É curioso observar como os portugueses aí instalados se adaptam facilmente a esse estilo de vida.
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