quinta-feira, setembro 30, 2004

Dancing Days (4)

Peaches & Herb - The best of Peaches & Herb (1996)
É a melhor colectânea de Peaches & Herb (2ª fase). Integra a colecção Polydor Soul Series. A entrada faz-se com o dance hit Shake your groove thing (é preferível a versão para EP, que constitui o último tema). Continua com outro dance hit, Funtime. O destaque vai, contudo, como não podia deixar de ser, para a super balada Reunited.
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Dancing Days (3)

Peaches & Herb
Espectacular é o que se pode dizer desta balada de Peaches & Herb! Foi um dos singles mais vendidos de sempre. Este duo (nesta altura composto por Linda Green e Herbert Feemster, de Washington DC, pela mão do compositor e produtor Freddie Perren, tornou-se relevante no cenário disco sound de finais dos anos setenta. Nesse género, estritamente considerado, o seu maior êxito foi Shake your groove thing (13 semanas no Top40 USA, onde chegou a alcançar o 5º lugar, em 1979). Contudo, o seu maior êxito absoluto e um dos maiores de toda a história da música pop foi precisamente esta balada, que esteve 15 semanas no Top40 USA, alcançou o 1º lugar nesse mesmo ano de 1979. Mereceu, pois é a mais soberba balada romântica pop alguma vez feita! É curioso tal sucesso cavalgando a onda disco, já que esta era a segunda fase de uma carreira que tinha principiado em meados dos anos sessenta em plano de rythm & blues, com uma solista diferente, Francine Barker e um produtor também diferente, Van McCoy. Foi, enfim, uma reinvenção bem sucedida.

Dancing Days (2)

ABBA - The definitive collection
Reviver a música pop comercial dos anos 60, 70 e 80 é, cada vez mais, fonte de reencontrados prazeres. Neste intermitente reencontro, no topo das minhas preferências estão os ABBA (Agneta Fältskog, Björn Ulvæus, Benny Andersson e Anni-Frid Lyngstad). Agneta é a loira - a que se tornou um mito entre a homenzarrada planetária; Anni-Frid é a morena - que não deixou de ter a sua incondicional clientela libidinosa... Era uma música simples, desprestenciosa, alegre e, dentro destes parâmetros, muito bem feita. Tenho para mim, por exemplo, que Dancing queen é uma das mais bonitas canções de sempre. A melhor maneira de rever o mais universal produto sueco de tdos os tempos é esta colecção de videoclips editada em DVD.
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Dancing Days (1)

Em 1978 a Rede Globo lançou a novela Dancing Days, de Gilberto Braga, com enorme êxito. Assim se inaugurava a vocação especial deste autor para a novela urbana/classe média que se estende até agora, com Celebridade. Contudo, o que interessa aqui sublinhar é a tendência global em que esta novela se integra: os anos 70 e a música de discoteca. Tempos de crise económica mundial (choques petrolíferos...) e, ao mesmo tempo, de modas juvenis que se consolidavam como grande indústrias de consumo. A simplicidade da mensagem do Disco Sound traduzia a associação da felicidade com o efémero, exaltando a alienação tipo Satarday Night Fever.
Fica aqui, em jeito de estandarte, a letra do tema da novela, interpretado pelas Frenéticas:


Dancing Days
Abra suas asas,
Solte suas feras,
Caia na gandaia,
Entre nessa festa.
Me leve com você,
Seu sonho mais louco,
Eu quero ver seu corpo
Lindo, leve e solto.
A gente às vezes
Sente, sofre, dança
Sem querer dançar.
Na nossa festa vale tudo,
Vale ser alguém como eu,
como você.
Abra suas asas...
Dance bem, dance mal, dance sem parar,
Dance bem, dance até sem saber dançar.
Na nossa festa vale tudo,
Vale ser alguém como eu, como você.
Nelson Motta / Rubens Queiroz

quarta-feira, setembro 29, 2004

Boulevard Nostalgie (8)

Robert Doisneau - Foto
La voiture fondue (1944)

Boulevard Nostalgie (7)

Cartier-Bresson - Foto
Paris (1944)

Boulevard Nostalgie (6)

Cartier-Bresson - Foto
Henri Matisse em sua casa (1944)

Boulevard Nostalgie (5)

CD: Erik Satie / Pascal Roge - 3 Gymnopédies & other piano works (1984)
Paris, entre a Belle Époque e os Loucos Anos 20 evoca a figura de Erik Satie. Foi pianista de cabarets de Montmartre e compôs uma repertório erudito com um carácter algo naïf, entre o expressionismo e o surrealismo. Os desconcertantes nomes que deu a algumas peças atesta-o, ao mesmo tempo que reforça a sua irónica melancolia. A mais conhecida, Gymnopédie No.1, serve agora como fundo de um spot publicitário de choque sobre o desastre quotidiano nas estradas portuguesa. Um peça de tão encantadora languidez não é adequada para esse efeito...
Este CD é uma versão puramente pianistica. Há, com efeito, uma versão orquestral de Claude Debussy, amigo de Satie, mas esta é a original. De notar que a capa reproduz uma pintura de Joan Miró.
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Boulevard Nostalgie (4)

Paris - Postal (em torno de 1920)
L'Opéra

Boulevard Nostalgie (3)

Paris - Postal (em torno de 1920)
Place de la Concorde

Boulevard nostalgie (2)

Paris - Postal (em torno de 1920)
Gare du Nord

Boulevard nostalgie (1)

Paris - Postal (em torno de 1920)
Boulevard de Saint-Denis - Porte de Saint-Martin.
Esta é uma imagem de Paris, de um tempo em que era a capital artística e cultural do mundo. Anos dourados em que nela se acolhiam artistas e escritores de todo o mundo. As grandes avenidas parisienses evocam La Bohéme e cosmopolitismo. Em tom nostálgico, vem a propósito recordar a canção popularizada por Yves Montand:
Les Grands Boulevards
J'aime flâner sur les grands boulevards
Y a tant de choses, tant de choses
Tant de choses à voir
On n'a qu'à choisir au hasard
On s'fait des ampoules
A zigzaguer parmi la foule
J'aime les baraques et les bazars
Les étalages, les loteries
Et les camelots bavards
Qui vous débitent leurs bobards
Ça fait passer l'temps
Et l'on oublie son cafard
Je ne suis pas riche à million
Je suis tourneur chez Citroën
J'peux pas me payer des distractions
Tous les jours de la semaine
Aussi moi, j'ai mes petites manies
Qui me font plaisir et ne coûtent rien
Ainsi, dès le travail fini
Je file entre la porte Saint-Denis
Et le boulevard des Italiens
J'aime flâner sur les grands boulevards
Y a tant de choses, tant de choses
Tant de choses à voir
On y voit des grands jours d'espoir
Des jours de colère
Qui font sortir le populaire
Là vibre le cœur de Paris
Toujours ardent, parfois frondeur
Avec ses chants, ses cris
Et de jolis moments d'histoire
Sont écrits partout le long
De nos grands boulevards
J'aime flâner sur les grands boulevards
Les soirs d'été quand tout le monde
Aime bien se coucher tard
On a des chances d'apercevoir
Deux yeux angéliques
Que l'ont suit jusqu'à République
Puis je retrouve mon petit hôtel
Ma chambre où la fenêtre donne
Sur un coin de ciel
D'où me parviennent comme un appel
Toutes les rumeurs, toutes les lueurs
Du monde enchanteur
Des grands boulevards

terça-feira, setembro 28, 2004

Guia hispânico (1)

Eduardo Delgado, Ángel del Pozo - A vista de pájaro (1999)
Trata-se de uma colecção de 18 cassetes com documentários sobre todas as províncias espanholas, vista de helicóptero. Foi realizado na segunda metade dos anos 80 pela RTVE e implicou a mobilização de vastos recursos humanos e materiais. Durante os anos 90 esses documentários foram exibidos na TVE 2 e na TVE Internacional, com o título A Vista de Pájaro, abrangendo cada capítulo uma província. Em 1999 foi feita esta edição em VHS. Ainda não há edição em DVD.
É um espantoso trabalho de produção e montagem e o seu resultado revela a que ponto de mestria pode chegar a aliança entre o amor às coisas próprias e a competência técnica. A própria Banda Sonora é original, da autoria de Jaime Pérez e... é magnífica. Diria que é uma das melhores formas de conhecer o país vizinho sem passar a fronteira. Tornou-se um clássico, na medida em que, pelo menos as televisões da Catalunha e do País Vasco já produziram um equivalente mais detalhado para o seu respectivo âmbito.
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segunda-feira, setembro 27, 2004

American Dream (1)

New York - Foto (2000)
Faz pouco mais de 4 anos que tirei esta foto do topo do Empire State Building. Como se sabe esta panorâmica foi dramaticamente mutilada e toda a humanidade sofreu um abalo. Com efeito, aqui é o centro do mundo - o ponto zénite da nossa civilização. Tudo o que de melhor e pior ela tem produzido encontra aqui o seu máximo expoente de realização. A globalização trouxe enormes benefícios e muitos problemas novos. O mundo globaizado é, sobretudo, o mundo das imagens e também, embora cada vez menos, dos sons. O cinema americano e a música popular anglo-americana representam o mais eficaz elemento desse processo. O seu êxito consiste em veicularem, ou de algum modo reflectirem, o american dream - o sonho da felicidade individual possível neste mundo.
Há muita coisa que destesto na galáxia de espectáculo mediático (sobretudo o mais comercial e superficial), mas há, igualmente, muita coisa de gosto - em muitos casos, o melhor que se pode encontrar. Sob a rubrica American Dream, proponho-me abordar o que mais aprecio mo cinema e na música popular anglo-americanos e também fazer algumas observações sobre o american way of life.

domingo, setembro 26, 2004

Noites tropicais (3)

João Gilberto - Amoroso (1977)
Alguém disse uma vez (José Nuno Martins no saudoso Os Cantores do Rádio) que este seria o melhor disco de música brasileira de sempre. Sem abandonar o espírito da bossa-nova, João Gilberto fez neste disco um exercício de sofisticação e cosmopolitismo. Sofisticação que decorre da sua forma de cantar (mais sussurrante do que nunca) e dos voluptuosos arranjos orquestrais de Claus Ogerman. Cosmopolitismo, porque o criador da bossa-nova capricha em interpretar três temas não brasileiros: 'S Wonderful, de Gershwin; Estate, de Bruno Martino; Bésame Mucho, de Chelo Velázquez. O curioso é que a inépcia linguística do genial baiano soa aqui como um must adicional - um italiano e um castelhano que soam assim divinamente adocicados! Estate alarga-se por 6 minutos e meio, tornando-se aqui uma espécie de afrodisíaco para espíritos refinados. Com o famoso bolero a receita intensifica-se. A cadência lentíssima e aveludada alarga-o por quase 9 minutos e é um êxtase! Mas se parece impossível superar o transe destas experiências, há que esperar até à último tema, Retrato em Branco e Negro (Zingaro), de Tom Jobim. Está para além da perfeição!
Esta obra-prima foi gravada em finais 1976 e início de 1977, entre Nova Iorque e Los Angeles e parece ser o culminar de uma década e meia em que o gosto norte-americano se rendeu à bossa-nova.
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Noites tropicais (2)

Noites Tropicais (2000)
Noites Tropicais tem um correspondente em CD. É a melhor antologia da MPB que conheço - são muitos os grandes temas incluídos, os quais cobrem extensivamente todas as fases e tendências. Além do mais, a apresentação é soberba e está graficamente ajustada ao livro. O objectivo de funcionarem em complemento mútuo foi perfeitamente atingido.
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Noites tropicais (1)

Nelson Motta - Noites Tropicais (2000)
Nelson Motta é um jornalista e escritor brasileiro que participava num programa de tertúlia da GNT, Mannattham Connection, produzido em Nova York. Com mais outros dois compatriotas abordavam temas variados, tendo como referência o facto de estarem num local privilegiado para observar o mundo. Poucos programas pude ver, mas deu para perceber o seu interesse. Algumas crónicas subordinadas ao mesmo título do programa foram também publicadas no Diário de Notícias.
Nelso Motta é muito conhecido no Brasil, pois tem uma longa trajectória no mundo artístico, nomeadamente como produtor musical. Este livro de crónicas e memórias reporta uma experiência ímpar nas origens e desenvolvimento da Música Popular Brasileira (MPB), desde a Bossa Nova até ao rock autóctone, passando por todas as tendências e movimentos. Privou intimamente com alguns dos maiores vultos (foi, por exemplo, amante de Elis Regina) e dá-nos informações que abragem aspectos da suas vidas íntimas, sem cair na futilidade.
Este livro inspira, assim, esta rubrica cujo roteiro passa por várias tendências da MPB, desde a cosmopolita Bossa Nova às mais regionais, como o Forró e Sertaneja, passando por grandes nomes, como Roberto Carlos, Elis Regina, Caetano Veloso. Contudo, apesar da música estar em destaque, não se confinará a ela...
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Geografia íntima (6)

Conjunto António Mafra - O Melhor dos Melhores (1994)
Para mim, música do Porto será sempre sinónimo de Neca Rafeal, Conjunto Maria Albertina e, sobretudo, Conjunto António Mafra. Estes últimos eram os melhores e os mais populares. O espírito tripeiro, folgazão e brejeiro tem aqui a sua melhor expressão. Nesta antologia é pena não figurar Vamos lá pró São João (Vamos, rapazes, vamos, vamos lá pr'ó São João... de ramalhosa e balão / haja alegria e animação, pois é assim que nos manda a tradição...), mas constam os temas mais conhecidos: Sete e pico, Abre a pipa ó Beatriz; Ora vejam lá (2ª, 3ª, 4ª, 5ª, 6ª, sábado... domingo / vai a malta passear / sete dias na semana e um só para descansar); Ó Zé olha o balão; O vinho da Clarinha; O carrapito da D. Aurora; Arrebita, arrebita, arrebita (ai cachopa se queres ser bonita, arrebita, arrebita, arrebita). Era uma música simples, recheada de duplos sentidos malandros, que fazia as pessoas felizes.
Como era musical aquele Porto popular! Os que tinham rádio punham-no sonoramente ligado o dia inteiro com as janelas abertas. A música era pela manhã toda e para toda a gente. Para além destas músicas populares, da música dos ranchos minhotos, das novidades vindas do Brasil e Espanha, não me esqueço das melodias e dos diálogos dos reclamos (como então se dizia) dos Emissores Norte Reunidos.
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Geografia íntima (5)

Porto (192?, 193?) (2)
Vista da parte norte da freguesia da Vitória, a partir da Sé. A torre dos Clérigos no centro - está situada na freguesia da Vitória.

Geografia íntima (4)

Porto (192?, 193?) (1)
A mesma panorâmica, mas muitos anos antes. Aparentemente, a única mudança relevante é que consta na parte superior central da fachada da Sé.
Qualquer panorâmica do burgo tripeiro confronta-nos com a imagem de uma cidade de carácter, que, aliás, transparece no carácter de uma boa parte dos tripeiros genuínos: gente trabalhadora, séria, frontal que ama e respeita os seus e aquilo que é seu.

Geografia íntima (3)

Porto (1987)
Vista da Sé, a partir da Calçada da Vitória. No plano central está a Sé, tendo a seus pés o conjunto mais antigo de casario da urbe. No lado direito vê-se o Convento dos Grilos.
Esta é uma das vistas mais espectaculares que o Porto pode oferecer. Com efeito, a Calçada da Vitória, no sopé da Bataria e no alto das Escadinhas, é um local com panorâmica privilegiada, quer nesta direcção, quer na direcção da Ribeira, do rio e de Gaia (girando 45º para o lado direito da orientação da foto). Não se compreende como, apesar de tudo, não é uma panorâmica mais divulgada.

Geografia íntima (2)

No Porto (Setembro de 1987) (2)

Geografia íntima (1)

No Porto (Setembro de 1987) (1)

Vivo na Amadora desde que me conheço, mas nasci e tenho raízes familiares no Porto, onde passava sempre, até aos 14 anos, as minhas férias escolares, na Vitória, bem no coração do velho burgo tripeiro, entre os Clérigos e a Ribeira, junto às escadinhas e à Calçada. Muitas memórias retenho desses tempos (anos 60): a canalha (miúdos) descalça e ranhosa; o ambiente ruidoso, (ora festivo, ora brigado). Impressiona-me recordar a pobreza, mas também essa vitalidade perdida. Era um cenário digno de filme italiano, num registo algures entre Totó e Fellini. Pela altura em que esta foto foi tirada já muito desse mundo se desvanecera...
Mas, acima de tudo, no Porto, admiro o carácter das gentes - essa solidez granítica que a cidade parece conferir a muitos dos seus habitantes e que se manifesta na expressividade, frontalidade, ausência de hipocrisia, no orgulho pela ética do trabalho e do esforço individual, no valor da palavra dada e na coerência com princípios e valores de vida. Isso parece emanar sempre daquelas pedras velhas...

sábado, setembro 25, 2004

Mariachi y tequila (5)


Los Tigres del Norte - 20 Corridos inolvidables (2003)
Na novela A Rainha do Sul, de Arturo Pérez-Reverte, abundam referências aos corridos de Los Tigres del Norte, Los Tucanes de Tijuana e outros grupos congéneres que fazem o que é conhecido como Música Norteña. O escritor compreendeu a realidade sociológica que acompanha este tipo de música, que atingiu níveis de grande popularidade no México (sobretudo no Norte) e nas zonas chicanas dos EUA. Los Tigres, que já eram muito populares, viram expandir a sua fama graças precisamente a este romace. Para além de múltiplas referências no texto acerca do grupo, é curioso como o escritor teve a capacidade de utilizar títulos de alguns dos seus corridos como apropriados títulos de capítulos.
Sob o ponto de vista artístico, há alguns temas estimulantes, mas a utilização de um esquema instrumental assente apenas na bateria e no acordeão tex-mex, assim como a limitada imaginação melódica e capacidade vocal dos solistas, podem gerar alguma monotonia. Dentro deste modelo, Los Tucanes parecem mais imaginativos e o próprio texano Flaco Jiménez (expoente do tex-mex), de San Antonio, parece proporcionar maior variedade. Deve reconhecer-se, porém, que as letras podem ser excitantes, na medida em que, como nos corridos rancheros, constituem relatos de incríveis proezas e desgraças de ... (e aqui estará um problema ético!) ... narcotraficantes!
É de notar que a lista de corridos, digamos narcorridos (vulgariza-se a utlização deste termo...), que consta desta Antologia compreende aqueles cujos títulos foram adoptados como títulos dos capítulos de A Rainha do Sul.
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quarta-feira, setembro 22, 2004

Salsa y merengue (3)

La Lupe - Laberinto de pasiones (1992)
Este álbum é uma compilação da editora canária Manzana para o mercado espanhol, em plena onda revivalista de La Lupe. Onda revivalista que foi impulsionada por um dos filmes de Almodóvar, que incluiu o bolero Puro teatro na banda sonora. Tem um interessante texto do jornalista Diego Manrique com um resumo da acidentada vida da artista. Entre boleros e bogaloos constam os temas mais conhecidos. Impera um jeito bem próprio dos alvores da salsa, com a inconfundível fogacidade desta mulata cubana exilada em Nova Iorque.
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Salsa y merengue (2)

La Lupe (1939-1992)
La Lupe (Guadalupe Victoria Yoli Raymond) distinguiu-se em vários géneros e ritmo latinos, abrangendo um leque que vai do bolero à salsa. Na verdade, teve uma forma de interpretação que saltou as convenções. Por esse estilo bravio tão pessoal conheceu epítetos como os de Yiyiyi, Too Much e, posteriormente, a escritora nova-iorquina Susan Sontag defeniu-a como "a primeira punk".
Esta cubana teve uma vida de culebrón. Nascida em Santiago de Cuba, filha de um modesto trabalhador da Bacardi, estudou para ser professora primária. Contudo, escapou a um modesto destino de docente em alguma aldeia da montanhosa província do Oriente. Aliás, desde cedo manifestou tendências artísticas que não conjugavam com a imagem de educadora, ainda por cima, com uma pose ostensivamente sensual, própria de mulata descaradona... Quando Castro y sus barbudos desceram da Sierra Maestra já estava na vida artística profissional e havia adquirido notoriedade. De imitadora de Olga Guillot passou a cultivar um estilo pessoal que manteve e desenvolveu. O título do seu primeiro álbum é significativo: Con el diablo en el cuerpo. Em programas televisivos reforçou essa imagem, nomeadamente com os pitorescos vexames que infligia ao seu submisso pianista Homero, como, por exemplo, descalçar-se e bater-lhe com um sapato.
Para o seu temperamento era impossível viver numa sociedade subordinada aos preceitos do novo regime. Seguiu a via da maioria dos artistas e exilou-se. Depois de uma passagem pelo México, estabeleceu-se em Nova York, onde retomou a sua carreira graças às possibilidades criadas pela apetência para experimentações de fusão entre jazz e ritmos latinos. Ao mesmo tempo, tornou-se popular na comunidade latina e conhecida de todos os públicos, graças a shows televisivos. Explorou o filão de interpretar de modo latino standards como Going out of my head e Fever ou êxitos emergentes da pop, como Yesterday. Em finais de 60 actuava com a orquestra de Tito Puente e era conhecida como The Queen of Latin Soul. Tornou-se, assim, uma figura do som latino.
Os excessos conduziram-na ao declínio a partir dos finais dos anos 70. Esse declínio está marcado por elementos anedóticos e dramáticos. Entre o anedótico temos um incontrolado arrebatamento que chegou ao ponto de rasgar as vestes em certo show televisivo, em directo... Entre o dramático temos a adição a drogas e álcool. Uma tentativa de refazer a vida em Puerto Rico apenas acabou por acentuar a decadência. Nos anos 80 viveu no Bronx nova-iorquino, na miséria e esquecida por todos. Viveu então uma rocambolesco cortejo de desgraças que ultrapassam a imaginação de qualquer guionista de culebrones: um dia vai parar ao hospital espancada por um ex-marido; outro dia, ao pendurar umas cortinas, cai e fica temporariamente paralisada; outro dia, ainda, a sua habitação é palco de um incêndio. Recupera-se parcialmente de tanta desgraça e adere a uma seita religiosa evangélica com a denominação O Fim aproxima-se! Nos últimos anos vida, até um ataque cardíaco a ter fulminado, dedica-se a pregar o evangelho de porta em porta...
Antes de desaparecer, quando, ironicamente, já renunciara à vida artística em prol da regeneração espiritual, alguém a resgatou do esquecimento. Foi Pedro Almodóvar, no filme Mujeres al borde de un ataque de nervios, colocando um dos seus temas na banda sonora. O tema é o extraordinário bolero Puro Teatro, do porto-riquenho Tite Curet Alonso. Foi o início do revivalismo da música de La Lupe. Em Espanha, a rádio começou a divulgar os seus velhos êxitos, que conheceram, assim, divulgação em plena década de 90. Tornou-se objecto de culto em certos meios.
La Lupe in Salsa Magazine 1

terça-feira, setembro 21, 2004

Salsa y merengue (1)

Aldo Matta - Soy del Caribe (1993)
Aldo Matta é um cantor porto-riquenho cuja maior notoriedade coincidiu com um terceiro lugar obtido num qualquer dos desqualificados festivais da OTI. A sua carreira tem-se desenvolvido de modo discreto e oscilante, mais pelos terrenos do cançonetismo. No que diz respeito à salsa tem feito algumas incursões. Nos inícios dos anos 90 uma dessas incursões rendeu uma canção notável e um álbum magnífico. A canção é Derroche e o álbum é Soy del Caribe. Esta fase proveitosa foi dirigida pelo produtor Frank Torres. Não teve, porém, continuidade. É pena. O álbum aqui em apreço é um dos melhores da salsa romántica, género surgido em meados dos anos 80 entre Nova York e Porto Rico. Desfila um conjunto de temas que são um instintivo convite à dança, ao mesmo tempo que possuem encanto melódico - é o caso de Para tenerte siempre, Una tempestad de besos e Me encanta verte así. Quanto ao tema Derroche, incluído na edição espanhola deste álbum, tinha aparecido no álbum anterior, de 1991, com o mesmo título, mas a sua distribuição limitara-se às Américas. Se é um facto que o erotismo atravessa quase todos os temas, neste atinge-se o clímax, o que sucede através da conjugação da letra com um tórrido ambiente sonoro. Pouco tempo depois a cantora espanhola Ana Belén interpretou uma versão que teve impacto. Também Julio Iglesias acabou por vir a interpretar a sua versão com aquele inexpressivo artificialismo delicodoce que constitui marca pessoal...
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quinta-feira, setembro 16, 2004

Mariachi y tequila (4)

Paquita la del Barrio - En vivo desde su lugar (1998)
Este álbum foi gravado ao vivo chez elle, ou seja, na Casa Paquita - restaurante que à noite se transforma em sala de espectáculos. A voz poderosa de Paquita não sai nada diminuída do registo ao vivo, bem pelo contrário! É uma voz autêntica, de um poder sem artifícios. Além disso, o calor humano enriquece a performance, já que o público, por vezes, sublinha ululantemente as passagens mais condimentadas. Com efeito, as tiradas contra los hombres malvados, as consequentes imprecações (me estás oyendo, inútil?) são acolhidas com estrepitoso regozijo. Musicalmente, impera uma sonoridade mariachi convencional. A função não pôde acolher todos os seus êxitos, mas estão presente alguns dos mais carismáticos e morbosos. Saliente-se que nas introduções nos apercebemos que, quando não está investida no acto de cantar, Paquita, em contraste com a sua imagem de la masacradora, fala com um sussurrante fio de voz e intui-se uma desconcertante timidez. Em várias entrevistas, este contraste já tinha sido enunciado por ela mesma, assumindo uma transfiguração em palco. Dir-se-ia que, a vários níveis, algo de freudiano enriquece o fenómeno de culto que Paquita la del Barrio constitui...
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Mariachi y tequila (3)

Paquita la del Barrio - Desquitate conmigo (1992)
Paquita la del Barrio é uma espécie de compêndio da música popular mexicana. Este disco é, provavelmente, o mais clássico e também aquele que assinala o início da fase de relançamento da sua carreira com uma qualidade de produção muito acima do que até então havia usufruido. Impera uma sonoridade entre cabaret e cantina (o nome dado aos saloons a Sul do Rio Grande). A temática mais apelativa está já num plano de desbragamento proto-insultuoso de amantes ingratos ou incompetentes... Destaque-se, além do tema emblemático que dá título ao CD (e que serviu também de ponta de lança da expansão da artista em Espanha): Una corona de azahares (azahar= flor de laranjeira); Cheque en blanco; Sentencia; Por que no he de llorar.
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Mariachi y tequila (2)

Señoras y señores, desde Alto Lucero, Vera Cruz: Paquita La del Barrio, la msacradora!
De seu nome Francisca Viveros, estabeleceu-se na capital onde começou uma modesta vida artística desenvolvida em torno do seu restaurante, Casa Paquita, situado num bairro popular. A sua música, desde sempre, enquadrou-se no género ranchero, o qual incorporou à sua maneira o bolero e outros estilos. Tornou-se conhecida em todo o México a partir de 1986, quando participou numa telenovela (María Mercedes) - tipo de produto que no mundo de língua espanhola é conhecido como culebrón (cobra grande). Tornou-se conhecida em Espanha, desde 1993, quando actuou com impacto na sala Xenon, na Gran Vía madrilena.
Paquita tornou-se objecto de culto entre uma elite, que adoptou alguns dos seus "gritos de guerra" (Eres un reloj sin menejillas!; Me estás oyendo inútil?) - imprecações aos amantes soltas no meio de canções de tom androfóbico - como uma espécie de senhas codificadas para um restrito grupo de iniciáticos privilegiados. Contudo, Paquita é mais, muito mais do que isso. É, entre outras coisas, uma voz poderosa e uma estética em contra-corrente com as modas efémeras de um mundo cada vez mais igual...

Para siempre boleros! (7)

Armando Manzanero - Lo mejor de lo mejor (2000)
Este duplo CD é a mais completa colectânea de Armando Manzanero. Tem 40 temas, entre os quais uns três ou quatro dos mais recentes (anos 80 e 90). Todos os seus êxitos estão aqui incluídos. Destaco: Esta tarde vi llover; Dime amor; Todavía; Si me faltas tú; Mía; Cariño mío; Como yo te amé; El ciego. O mais famoso de todos, Somos novios, acho-o bonito mas inferior a estes. Para mim, a voz andrógena de Manzanero confere a estes seus boleros um atractivo adicional.
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terça-feira, setembro 14, 2004

Para siempre boleros! (6)

Consuelo Velázquez
Alguns dos melhores boleros foram compostos por mulheres. Duas se destacam: María Grever (1885-1951) e Chelo Velázquez (1920). Ambas são mexicanas. Da sua produção emergem dois dos mais conhecidos boleros, respectivamente: Cuando vuelva a tu lado (+/-1925) e Bésame Mucho (1944).
Estava-se em plena 2ª Guerra Mundial quando estoirou Bésame Mucho - foram muitos os soldados e respectivas noivas que viveram em pleno o sentido dessa música... (Bésame, bésame mucho, como si fuera esta noche la última vez...) Nos anos 70, João Gilberto recria este tema, tornando-o extensamente voluptuoso. Note-se, como se pode apreciar numa entrevista feita a Chelo, que ela nunca tinha beijado nenhum homem quando compôs, com 17 anos, Bésame Mucho...

Para siempre boleros! (5)

Moncho
Moncho é diminutivo do nome próprio Ramón e, neste caso, nome artístico de Ramón Calabuch, cigano barcelonês, cujo apodo é El gitano del bolero. Nunca esteve propenso para o flamenco ou para a rumba, mas antes para o... bolero. Nos anos 70 atingiu alguma notoriedade, tendo, então, gravado LP's com excelentes arranjos e onde sobressaía a sua voz, entre o áspero e o aveludado, exactamente como aprecio. Os anos 80 foram um retrocesso na sua carreira - caiu no esquecimento, passou de moda. Ressurgiu nos anos 90 com novas gravações, embora produzidas com arranjos um pouco melosos, mantendo ou reforçando, porém, as suas qualidades interpretativas. Ultimamente fez gravações com um bom nível de produção, seguindo duas vias paralelas: por um lado, a tradicional, continuando a desbravar o território do bolero puro e duro; por outro lado, a inovadora, cantando boleros ou canções bolerizadas em catalão, incluindo alguns conhecidos temas de Joan Manuel Serrat. Ainda assim, sobressai, como não podia deixar de ser o sabor a bolero, sendo neste caso apropriado exclamar: Per sempre bolers!

Para siempre boleros! (4)

Tony Évora - El libro del bolero (2001)
Esta obra de um cubano radicado em Madrid, Tony Évora, é uma autêntica enciclopédia não apenas do bolero, mas, diria, sem exagero, da música ligeira hispano-americana. Detalha as origens e desenvolvimento do bolero. Referencia criticamente compositores e intérpretes.
Ideias básicas: o bolero nasceu em Cuba; as suas remotas raízes, aparentemente tão distintas, estão nas regiões levantinas de Espanha e em África. Os grandes centros criativos foram Cuba, México (em particular, DF, Yucatán, Veracruz, Jalisco) e Nueva York. Os Anos 40 e 50 foram o tempo de apogeu. Dominou o cenário da música ligeira de todo o mundo de língua espanhola até meados dos anos 60.
Maiores compositores: Agustín Lara, Ernesto Lecuona, Júlio Gutiérrez, Roberto Cantoral, Consuelo Velázquez, María Grever, René Touzet, César Portillo de la Luz, Tite Curet Alonso, Armando Manzanero. Maiores intérpretes: Tito Rodríguez, Rolando Laserie, Toña la Negra, Olga Guillot, Lucho Gatica, Viventico Valdés, Pedro Vargas, Antonio Machin, Los Panchos, La Lupe, Paquita la del Barrio.
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Para siempre boleros! (3)

Luís Miguel - Romance (1991)
Para quem quiser introduzir-se no mundo do bolero, pois nada melhor que este CD do mexicano Luís Miguel. A produção, de Armando Manzanero, é excepcional, com um envolvimento orquestral do melhor com que alguma vez o género foi apresentado. Aqui figuram alguns dos boleros cimeiros: No me platigues más, Inolvidable, La barca, Contigo en la distáncia, La mentira, Cuando vuelva a tu lado. O êxito ultrapassou todas as expectativas (mais de 7 milhões de unidades vendidas!), de tal modo que a experiência, que se concebia esporádica num percurso pop convencional, acabou por ter mais duas sequelas, igualmente recomendáveis e bem-sucedidas. Porém, para mim, a sua voz, apesar de vibrante, carece de pathos bolerista - diria que é uma voz demasiado juvenil... Há um certo contra-senso em pôr um jovem quase imberbe a cantar boleros (com mulheres é diferente...). Para se cantar boleros há que ter um certo castigo na alma, uma vivência que, em princípio, num homem, só a barreira dos 40 confere. É evidente que isto não pretende ser nenhuma regra - Manzanero, no seu auge, nos anos 60, estava nos 30, mas a sua voz pouco convencional e, para alguns, pouco harmoniosa, teve sempre aquele travo amargo que sugere a tal vivência...
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segunda-feira, setembro 13, 2004

Viagens (4): Barcelona / 2004

Como comer bem todos os dias é um luxo a que poucos turistas podem aceder, além de que a própria saúde desaconselha, há que recorrer a expedientes aceitáveis. Em Barcelona há uma cadeia de "restaurantes" a ter em conta: Fresc Co. Desde logo, são centrais, estão abertos todos os dias e têm um estilo standard, funcional, mas não agressivo. Aí, o essencial é uma extraordinária variedade de saladas, além de pizzas e massas. A coisa pode sugerir um espírito vegetariano (vade retro!), mas a verdade é que não faltam variedades de carnes por entre as saladas e massas, além de que estão disponíveis, em recomendável variedade, ingredientes pouco saudáveis... para quem deles quiser desfrutar. A cerveja à pressão é o mais indicado neste ambiente. Tudo corre em sistema self-service e, sobretudo, o preço é ainda o mais delicioso! É, enfim, uma certa forma de fast food não aviltante...

sábado, setembro 11, 2004

Viagens (3): Barcelona / 2004

É sabido como o turista comum tem tendência para ir comer a lugares deploráveis. Na verdade, quase toda a cidade ou estância turística apresenta uma ampla oferta de restauração onde se come barato e muitíssimo mal ou onde se come sofrivelmente e muitíssimo caro. Já nem me refiro a coisas risíveis como a fast food e formas grotescas de comer (por exemplo, em pé, como os ruminantes...), refiro-me a restaurantes e esplanadas convencionais. Desgraçadamente, em Espanha é abundante esta forma de exploração e a ignorância, passividade e/ou indigência do turista comum torna-o presa fácil. A coisa, porém, é irónica, já que se há país onde se pode comer muito bem e relativamente barato é exactamente a Espanha. Nem sequer é preciso ser propriamente um conhecedor para fugir a esse destino banal, basta tomar certas precauções elementares (jamais cair numa esplanada demasiado central; por norma procurar "refúgio" na oferta do menu del día, etc...). Em Barcelona, por exemplo, evite-se cair nas esplanadas das Ramblas! A cidade tem muito para oferecer em matéria de restaurantes acessíveis, mas há que saber. Nesta minha última visita descobri um lugar onde se come dignamente e... que é também uma livraria. É a Laie - Llibrería Café, situada a um pulo da Plaça Catalunya, na Carrer Pau Claris. Trata-se de uma pequena livraria que no piso superior alberga uma sala onde se servem refeições, com serviço atencioso (self-service para saladas e sobremesas) e ambiente de sóbrio bom gosto. O filet de solomillo (bife do lombo) que escolhi era excelente, acompanhado por um naipe de verduras onde pontificavam pimientos morrones. As saladas eram variadas e o vinho tinto da casa bastante digno. Isto mais sobremesa e café por uns 15 euros.

sexta-feira, setembro 10, 2004

Mediterráneo / Mediterrània (15): Catalunya: Barcelona

Uma das três FNAC's de Barcelona está implantada bem no centro, na Plaça Catalunya, num recente edifício denominado El Triangle. Não é tão grande como a de Madrid mas é imponente. Ainda assim, não deixam de prosperar muitas casas de discos especializadas e esplêndidas livrarias pelas redondezas.




Ramblas amunt; Ramblas avall (Ramblas acima; Ramblas abaixo) é um lema que sintetiza um estatuto de espectador feito de descomprometimento e voyeurismo.

Dizem os mais viajados que não há no mundo artéria tão animada como Las Ramblas. Entre quiosques de jornais, de pássaros e de flores, num contínuo fluxo de gente, há quase sempre um friso estátuas vivas e outras bizarras manifestações artísticas de rua. É um ambiente festivo que sugere música rumbera de Gato Pérez.

quarta-feira, setembro 08, 2004

Mediterráneo / Mediterrània (14): Catalunya: Barcelona

Sabe-se como Barcelona é importante por ser um mostruário de arquitectura modernista. Antoni Gaudi, Puig i Cadafalch, Domènech i Montaner deixaram testemunhos do mais espectaculares exemplos do estilo. Aqui, no Passeig de Gràcia, temos dois dos mais famosos edifícios: Casa Amatller (Cadafalch) e Casa Batlló (Gaudí). Um pouco mais acima, deste lado do passeio fica a celebérrima a Casa Milà i Camps , mais conhecida como La Pedrera (Gaudí).

Esta foto tirei-a desde Monjuïc, a caminho do teleférico Miramar-Barceloneta. Em primeiro plano o Bairro de Poble Sec (com as três torres da velha Central Eléctrica), onde nasceu o cantautor Joan Manuel Serrat. Ao fundo, no centro, vêem-se as torres da Catedral.

Recém-chegado de Barcelona eis aqui algumas fotos que tirei. Esta, no fim da tarde de domingo, desde o teleférico Miramar-Barceloneta, oferece um plano sobre as Ramblas e a Plaça Colom. Atrás vê-se El Raval, todo o Barri Gòtic, La Ribera e El Born, ou seja o núcleo mais antigo.

quarta-feira, setembro 01, 2004

Viagens (2)

A partir dos meus conhecimentos (directos e indirectos), elaborei um mapa de Espanha que hierarquiza províncias e ilhas de acordo com o seu interesse turístico global (quanto mais escuro, melhor).

Viagens (1)

Apesar de algumas justificadas críticas, o Guide Rouge Michelin ainda é o vademecum dos que sabem (e podem) comer com requinte, embora (atenção!), a sua utilidade se restrinja à mesa topo de gama. Cada ano é divulgada uma lista onde se salientam os restaurantes com uma, duas e três estrelas. A consagração maior a que um chef de cuisine pode almejar, é que a sua casa receba as três estrelas Michelin. É bem conhecida a usura dos inspectores franceses - Portugal não tem nenhum restaurante com tal distinção... A Espanha tem quatro: dois estão na província basca de Guipúzcoa (que se gaba de ter a maior concentração mundial de estrelas Michelin por quilómetro quadrado!) e outros dois na Catalunha. São regidos por famosos chefs. Os preços são proibitivos e as marcações têm que ser efectuadas com inusitada antecedência. São os seguintes:

Can Fabes - Sant Celoni - Barcelona (Catalunya);
El Bullí - Roses (Cala Montjol) - Girona (Catalunya);
Arzak - Donostia / San Sebastián - Guipúzcoa (País Vasco);
Martín Berasategui - Lasarte - Guipúzcoa (País Vasco).