quarta-feira, novembro 28, 2007

Mariachi y tequila (46)

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Juan Gabriel / Rocío Dúrcal - Juntos otra vez (1997)
Um encontro várias vezes repetido foi o desta parceria hispano - mexicana. Está ainda fresca a comoção provocada pelo falecimento recente de Rocío Jurado. Começou a sua carreira nos anos 60 como uma das chicas pop que ajudaram a dar um toque de modernidade no cenário artístico espanhol de então. Nos anos 70 a sua carreira enveredou pelo cançonetismo. Nesse plano, consolidou a sua projecção. Na verdade, esta opção por uma via convencional foi, no seu caso, valorizada pela elegância de estilo e por uma voz de fino timbre. Contudo, algo se constituiu como diferencial na sua carreira. Sucede que, em finais da década de 70 começou a desenvolver uma carreira paralela no México, país pelo qual se apaixonou numas daquelas digressões hispano-americanas comuns aos artistas espanhóis. Mas este facto adquire muito mais significado porque Rocío passou a interpretar um repertório de música ranchera, através, sobretudo, de temas de Juan Gabriel. Fê-lo com competência tal que não desmerece como herdeira das mais consagradas do género (Lola Beltrán, Lucha Reyes, Amalia Mendoza). Assim se tornou muito popular no México e ajudou a reavivar o interesse pela música popular mexicana em Espanha. Na sua discografia, entre os vários álbuns convencionais, há alguns exclusivamente dedicados a rancheras. Este é o último e, provavelmente, o melhor.
Juan Gabriel é um artista bizarro. Desde logo, pela sua assumida homossexualidade. Depois pelo seu carácter artisticamente multifacetado. É compositor e intérprete de estilos diversos, mas uma parte substancial da sua produção é música
ranchera. Tem muitas e excelentes composições rancheras. Neste álbum há uma cabal demonstração deste particular talento. Ainda por cima, o dueto e partilha entre Gabriel e Rocío funcionam com a cumplicidade própria de quem se conhece bem, se estima e entende a alma bravia e festiva desta música. Ainda por cima, a produção é do melhor que se encontra no género - absolutamente esmerada, com um mariachi de qualidade superlativa.
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Juan Gabriel / Rocío Dúrcal - ¿Sabes por qué? in Juntos otra vez (1997)

terça-feira, novembro 27, 2007

Mariachi y tequila (45)

José Alfredo Jiménez / Lucha Villa - La enorme distancia

Mariachi y tequila (44)

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José Alfredo Jiménez - Las 100 clásicas (2000)
Trata-se de uma formidável colectânea, com uma qualidade de edição que contrasta com a maioria das que vão surgindo no mercado e abrangem os géneros menos comerciais. Só faltam as letras... Mas, mesmo assim, não deixa de ser um autêntico compêndio da música ranchera através de um dos seus maiores vultos de sempre: José Alfredo Jiménez.
Foi compositor e, mais tardiamente, intérprete. Como compositor notabilizou-se por temas que começaram por se tornar famosos na voz de Jorge Negrete, Pedro Infante e Miguel Aceves Mejia. Compôs também o bolero La media vuelta, tendo este transcendido o universo ranchero. Como intérprete, em gravações efectuadas nos anos 60, deixou um registo emocional que veio enriquecer um estilo até então um pouco estereotipado. Na verdade, carecia de qualidades vocais académicas, mas tinha um sentimento desgarrado e uma alma que sobejamente as compensavam.
São inúmeros os temas magníficos que sobressaem neste conjunto de 100, mas, ainda assim, atrevo-me a destacar três: La estrella de Jalisco, Ella e Cuando el destino.
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José Alfredo Jiménez - La estrella de Jalisco (1971)

Memória do Futebol (8): Estádios no Google Earth - Porto

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Dragão - FC Porto

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Bessa Século XXI - Boavista FC

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Mar - Leixões SC

domingo, novembro 25, 2007

Para siempre boleros! (28)


Javier Solís - Me recordarás...
Há testemunhos na Internet de uma espécie de culto em torno da figura de Javier Solís. Encontram-se montagens de documentários no YouTube. Este é um exemplo curioso, já que assenta em declarações do próprio artista no que parece ter sido uma entrevista radiofónica. Faz um resumo da sua vida.

sábado, novembro 24, 2007

Para siempre boleros! (27)

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Javier Solís, el rey del bolero ranchero (1931 - 1966)
Com Jorge Negrete e Pedro Infante, Javier Solís é um de Los 3 gallos - os três cantores rancheros que desapareceram precocemente no auge da fama. Foram cantores e também actores de cinema, sublinhe-se. Com efeito, nos anos 40, 50 e 60, alcançar tal projecção na cena artística mexicana advinha necessariamente da convergência das duas carreiras.
Solís, teve uma carreira de apenas 10 anos, mas intensa. Apareceu interpretando tangos e boleros rancheros ao estilo de Pedro Infante. Com a morte trágica deste, tornou-se como que o seu natural sucessor, inclusive imitando-o. Porém, rapidamente adquiriu uma marcada identidade, assente nos dotes da sua voz - superiores às de Infante e também às Negrete - e na consolidação do bolero ranchero através do seu registo interpretativo cada vez mais inconfundível. Na verdade, tinha uma voz forte e com timbre original. Nos primeiros anos da década de 60 era o mais importante cantor mexicano e ensaiava, tanto quanto a novíssima onda do rock & roll permitia, uma projecção internacional. Gravou vários discos para a CBS, onde deixou um conjunto de temas de grande qualidade que ficaram para sempre ligados à sua figura, de tal modo que é injusto relembrá-lo só pelos dois que ficaram para sempre como mais emblemáticos: Sombras e Payaso. O primeiro foi o que mais o popularizou, a ponto de um dos seus apodos ter sido El señor de las sombras. Independentemente da qualidade de ambos, o que sucede é que o seu carácter de signo trágico (sonoridade e letra) conjuga com uma história de vida difícil como foi a da sua infância e juventude - abandonado pelo pai e entregue pela mãe a uns tios; obrigado a deixar a escola para trabalhar; curtido, enfim, pela vivência da pobreza suburbana... Ainda por cima, esse signo trágico ficou definitivamente consagrado com o seu súbito desaparecimento, que tem servido, aliás, para alguma especulação.

sexta-feira, novembro 23, 2007

Para siempre boleros! (26)

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Armando Manzanero - Sus 26 grandes boleros (1990)
Infelizmente não estão editados em CD os álbuns de originais de Manzanero dos anos 60 e 70. Em contrapartida, existem várias antologias, se bem que a maioria pouco criteriosas e sem informações adicionais. Sobre a mais completa já fiz elogiosa referência em Para siempre boleros! (17). Contudo, não é tão completa a ponto de conter todos os seus mais famosos boleros. Com efeito, não inclui Esperaré e a versão de Adoro que inclui é a instrumental. Esta antologia tem esses dois temas. Em contrapartida, faltam outros que estão incluídos naquela. Seja como for, e este é um pormenor decisivo, inclui um encarte com as letras dos 26 boleros seleccionados. Note-se ainda que não é impossível encontrar-se no mercado português... (pelo menos alguma vez tenho a certeza que vi este CD numa loja FNAC).
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Armando Manzanero - Si me faltas tú (1968)

domingo, novembro 18, 2007

sexta-feira, novembro 16, 2007

Para siempre boleros! (24)

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Moncho - On és la gent? (2003)
Desde há uns anos que Moncho, El gitano del bolero, tem vindo a fazer gravações em catalão, intercaladas com outras em castelhano. Sem abandonar o bolero como estilo dominante, numas e noutras têm surgido canções de outros estilos. Nesta, por exemplo, atreve-se com versões em catalão de três célebres canções italianas: Grande, grande, grande (Meva, meva, meva), Parole, parole (Paraules, paraules) e Caruso (T'estimo tant). As duas primeiras, de Mina; a terceira de Lucio Dalla. Além disso, amplia o seu repertório de versões de Joan Manuel Serrat com Pare e M'en vaig a peu. Se bem que estas versões tenham uma valia desigual, demonstram uma crescente diversificação.
No seu conjunto é um álbum interessante e que consolida um espectacular renascimento da sua carreira (De 60 e até meados de 70 tivera um período de esplendor ao qual se seguiu uma longa obscuridade...). Com os dotes ímpares da sua voz e uma produção que ultimamente tem sabido projectá-la, Moncho é uma das mais originais figuras do cenário actual do bolero.

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Moncho - Ningú com tu! in On és la gent? (2003)

quinta-feira, novembro 08, 2007

Mediterráneo / Mediterrània (48): Mallorca (23 remake)

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Maria del Mar Bonet - Jardí tancat (1981)
Com permissão do antecedente Saba de terrer, considero este o melhor álbum de Maria del Mar Bonet. É certo que não conheço os mais recentes, mas não imagino ser fácil reencontrar agora o encanto ímpar aqui alardeado. A sua voz atinge uma doçura e suavidade que, se bem que nunca perdida, dificilmente poderia voltar a alcançar tal esplendor. Como se não bastasse, tudo o mais em Jardí Tancat parece tocado por um estado de graça: os arranjos de orquestração; o repertório de poetas maiorquinos contemporâneos; as fotos nos Jardins de Raixa (em Maiorca); a foto da capa... Curiosamente é um álbum na linha da canção de texto e em que a presença folk é discreta, apenas indirectamente trazida através da temática dos poemas. Entre um punhado de jóias, cabe sublinhar que a forma como o álbum se despede, com Cançó de la sirena, é algo de invulgarmente belo: uma melodia encantatória vai-se desvanecendo gradualmente, deixando no ar um perfume melódico, diria, de genuína essência mediterrânica...
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Maria del Mar Bonet - Cançó de la sirena in Jardí tancat (1981)