domingo, outubro 23, 2005

La Movida (12)

Alaska y Dinarama - Deseo carnal (1984)
Em anteriores posts sobre álbuns editados em 1984, salientei que foi um ano especial para a música espanhola. Contudo, compete esclarecer que sob o ponto de vista comercial, o álbum editado nesse ano mais bem sucedido foi este: Deseo carnal. Sob o ponto de vista comercial e não só... Na verdade se a movida teve alguma imagem identificadora, para além da de Almodóvar, foi a de Alaska. O seu estilo modernista hiper-barroco foi uma imagem-marca.
De seu verdadeiro nome Olvido Gara, Alaska é uma mexicana radicada em Madrid que esteve nos primórdios da movida - integrou em 1978 o efémero grupo Kaka de Luxe, que foi embrião de projectos artísticos que viriam a tornar-se decisivos. Depois, com os Pegamoides, esmerou a sua imagem. É ainda com este grupo que em 1982 interpreta um tema, Bailando, que seria um bombazo. Num tempo em que o Disco estava já em decadência, estoira na periferia hispânica um tema que não desmerece figurar em qualquer selectiva colectânea do género. Ouvida ainda hoje, Bailando apresenta-se plena de força e modernidade.
Deseo Carnal é outra coisa... É pop/rock, que, não renunciando os ritmos da pista de dança, discorre por uma lógica alheia à simplicidade Disco. Corresponde a uma fase em que a cantora era acompanhada pelo duo Dinarama (Nacho Canut e Carlos Berlanga). É um produto à altura da opinião e gosto dominantes entre a vanguarda blasé e hedonista da fervilhante Madrid de então. Além disso, funcionou comercialmente, e de que maneira! É um trabalho elaborado, mas que se destinava a ter impacto. Este começa, desde logo, com a foto da capa (de Javier Vallhonrat) - bela, sugestiva, ousada... O impacto reforça-se com o tema de entrada, Como pudiste hacerme esto a mi, que deve ser um dos mais fortes alguma vez dedicados ao adultério. Canta a violência do ciúme com uma crueza sinistra (o adúltero é deliberadamente atropelado pela traída, que ao volante de seu automóvel sem luzes numa noite sem luar, assim dá vazão ao seu desejo de vingança). Musicalmente é imponente, com uma orquestração de grande aparato e ritmo forte. Nesse cenário sonoro, a voz de Alaska impõe-se grave, não deixando de ser sensual. É, enfim, adequada a uma raiva assassina de mulher de armas. Este clima, marcado por temperamento de fêmea dominadora, volta a encontrar-se em Ni tú ni nadie e em Un hombre de verdad.
O problema deste álbum é que tem um tema extraordinário, outro muito bom, outro bom, há ainda um interessante (Isis), mas os demais são vulgares e há dois bastante fracos. Ou seja, é desigual. Em todo o caso, é um marco que pode justamente ser considerado como emblemático do apogeu musical da movida.
Hoje em dia Alaska está longe do protagonismo de então, mas continua a ter um peso significativo no cenário musical. Juntamente com Nacho Canut tem desenvolvido o projecto Fangoria, em terrenos de música electrónica. A sua voz cada vez mais andrógena casa-se bem com esse tipo de música.
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6 comentários:

Anónimo disse...

Termi....¿ Has consultado el site?

Anónimo disse...

Black is Black.....

Anónimo disse...

Mike Kennedy y los Bravos....Number One in Usa....Spanish Outsiders....

Anónimo disse...

Spanish Outsiders: Fotonovela de Iván. Más sexy.....¿Coz?

Anónimo disse...

Cantautor de relieve: Hilario Camacho (Tristeza de amor, Madrid amanece). Grupo de la movida : Cadillac(Pensando en ti).

Anónimo disse...

Alaska, comentarista de corazón de la Cadena Cope de Radio.