sábado, outubro 22, 2005

Baúl de los recuerdos (7)

Acabei de assistir há pouco a gala comemorativa do 50º aniversário Festival da Eurovisão na RTP 1 (já agora, um aparte para a excelente locução de Eládio Clímaco, que parece fadado para este tipo de funções). Na escolha da melhor canção de sempre ganhou, sem surpresa e com mérito, Waterloo, dos Abba. Em relação à Espanha deve-se assinalar um facto curioso: foi mais destacada Eres Tú, de Mocedades (1973) do que qualquer das duas canções vencedoras - La, la, la, de Massiel (1968) e Vivo Cantando, de Salomé (1969). Com efeito, ao contrário daquela, estas duas não figuraram nas 14 seleccionadas. Foi como que num gesto de reparação a posteriori. Ao palco subiram alguns dos elementos de Mocedades, nomeadamente Isaskum e Amaya Uranga. O facto revestiu ainda uma adicional emotividade, pelo facto do seu irmão e componente do grupo, Roberto Uranga, ter falecido há poucos dias...
Eres Tú ficou em 2º lugar em 1973, atrás de Tu te reconnaitras, cantada pela francesa Anne-Marie David, representante do Luxemburgo. Contudo esta classificação não se corresponde com o valor de cada uma. O que sucedeu foi corrigido pelo mercado. A canção espanhola acabou por se tornar uma das mais vendidas de sempre do Festival da Eurovisão. Além disso, através da sua versão em inglês para o mercado norte-americano, tornou-se a canção eurovisiva que mais sucesso alguma vez obteve do outro lado do Atlântico, a seguir a Waterloo.
Mocedades foi um grupo bilbaíno que nos anos 70 atingiu enorme popularidade. Formou-se e desenvolveu-se em tornos dos irmãos Uranga, mas, ao longo do tempo, foi variando bastante na sua composição. Assentava o seu repertório no cançonestismo ligeiro, aproveitando da melhor maneira uma excelente harmonia de vozes. Deles saiu também o dúo Sérgio y Estibaliz e, muito mais tarde, o grupo Consorcio com vovação revivalista.
Voltando ao espectáculo desta noite. Para mim, Eres tú mereceria estar entre as três mais destacadas e admitiria ainda que saísse vitoriosa. Já agora, fica aqui a minha lista das 25 melhores vde sempre (até 1985):

1958 03 Itália Domenico Modugno Nel blù dipinto di blù
1964 01 Itália Gigliola Cinquetti Non ho l'età
1965 01 Luxemburgo France Gall Poupée de cire, poupée son
1966 01 Áustria Udo Jürgens Merci Chérie
1966 13 Portugal Madalena Iglésias Ele e ela
1966 17 Itália Domenico Modugno Dio come ti amo
1967 01 Reino Unido Sandie Shaw Puppet on a string
1967 04 Luxemburgo Vicky Leandros L'amour est bleu
1967 06 Espanha Raphael Hablemos del amor
1970 01 Irlanda Dana All kinds of everything
1972 01 Luxemburgo Vicky Leandros Aprés toi
1972 06 Itália Nicola di Bari I giorni dell' arcobaleno
1973 02 Espanha Mocedades Eres Tú
1974 01 Suécia Abba Waterloo
1978 07 Luxemburgo Baccara Parlez-Vous Français
1980 01 Irlanda Johnny Logan What's another year
1981 04 Suiça Peter, Sue and Marc Io senza te
1982 01 Alemanha Nicole Ein bisschen frieden
1983 19 Espanha Remédios Amaya Quién maneja mi barca
1984 05 Itália Alice & Franco Battiato I treni di Tozeur

23 comentários:

Anónimo disse...

Tomei conhecimento, desta gala, durante a tarde,e desde logo achei que não a devia perder. Eu que na minha infância,e adolescência,tanto vibrei com estes festivais...
Hoje, pude recomprovar, que ao longo dos anos, foram muitas as boas canções. No geral, concordo com a lista apresentada, mas acrescentar-lhe-ia algumas outras:
Séverine (Mónaco) - "Un banc, une arbre, une rue"; Gigliola Cinquetti (Itália) - "Si"; Dana - "All Kinds of everything"; Paulo de Carvalho "E depois do adeus"; Mocedades "Eres tu". Uma coisa é certa: pelo que vi hoje,nos últimos anos o nível tem vindo a decair cada vez mais. Reina o mau gosto em quase tudo - letras, músicas, vestuário, performance... Que saudades do Festival a preto e branco!

Anónimo disse...

Esquecia-me daquela canção lindíssima do Nicola di Bari...

TC

Anónimo disse...

Je ami la vie, Belgique 1.985

Anónimo disse...

Estando Contigo, Conchita Bautista 1.961 (año de ingreso del periodista Julio Isidro en la RTP); Tu volverás, Sergio y Estíbaliz, 1.975; Enséñame a cantar, Micky, 1.977; Todo esto es la música, Serafín Zubiri, 1.992.

Anónimo disse...

Baccara = Españolas

Anónimo disse...

Eso de France Gal(l) recuerda un poco la España felipista de los ochenta y noventa....

Anónimo disse...

Locución en España, la del abulense José Luis Uribarri.

Anónimo disse...

E o ano (68? 69 ?) dos quatro países vencedores?... Se bem me lembro - a Inglaterra (Lulu), a Espanha (?), a França (?) e a Alemanha (Lenni Kurr)... Ou passou-me despercebido, ou ontem não se falou deste caso inédito na história do Festival...

TC

Anónimo disse...

España, 1.969, Palacio de la Opera, canción "Vivo Cantando", intérprete: la valenciana Salomé, al frente de la orquesta el maestro Rafael Ibarbia.....A la locución José Luis Uribarri....El traje de la cantora azul con colgantes mil....

Anónimo disse...

Canción pegadiza de la época: Tres cosas hay en la vida: Salud, dinero y amor.....Cristina y los Stop.

Anónimo disse...

Amigo Tavares: Gran éxito del post relativo a Eurovisión. Si Polanco compra finalmente la TVI no podría tener mejor comentarista musical que usted.

Anónimo disse...

No ano dos quatro países vencedores, a Holanda (Lenny Kuhr)foi um deles e não a Alemanha, como por lapso, num comentário anterior, referi. Não me lembro é como aquilo acabou...

TC

Anónimo disse...

Las sílabas germánicas son poco propicias para la música....

Anónimo disse...

Amigo Tavares:le sugiero post sobre chicas ye-ye españolas : Conchita Velasco, Laurita Valenzuela, Sonia Bruno, Teresa Gimpera...

Anónimo disse...

Portugal votaba a España; España votaba a Portugal. Hoy en día el "pasteleo" se da entre las repúblicas ex- soviéticas.

Anónimo disse...

...el "pasteleo" se dado, también, quasi siempre, entre los nórdicos...

TC

Anónimo disse...

...el "pasteleo" se ha dado, también, quasi siempre, entre los nórdicos y además, de alguna manera, entre los del Benelux...


TC

Anónimo disse...

Amigo TC: no se puede negar que el "pasteleo" o "conchabeo" luso-español en las votaciones de Eurovisión tiene su punto entrañable de reconciliación entre naciones hermanas.

Anónimo disse...

Amigo ?: a mí me parece que el "pasteleo" es entre las televisiones de Portugal y España y que, sin embargo, es algo que agrada a los dos pueblos. Lo importante es que,entre ellos haya conocimiento para acercarlos. El amigo Tavares, bien como nosostros ya estamos dando una ayuda...

TC

Anónimo disse...

El mérito de Tavares es innegable. En pocas palabras hace un estudio completo de paisaje y paisanaje. Eurovisión, El Corte Ingles y últimamente el Sr. Tavares en Internet, son los que más han hecho por la mejora de las relaciones Luso-españolas.

Anónimo disse...

El post más comentado.

Anónimo disse...

Decididamente, este post soma e segue! Hoje, numa aula de História Clássica, referindo-se às difíceis relações greco-turcas, o professor lembrou o facto de, há 20 anos atrás, num Eurofestival, os turcos terem dado aos gregos, a pontuação máxima, o que deixou estes estupefactos...
Também não era para menos!

TC

Anónimo disse...

Declaraciones de José María Iñigo a la Sexta sobre el eurofestival de 1968, con la victoria de Massiel con el La,la,las sobre el Congratulations de Sir Cliff Richard