A Andaluzia é uma região de admiráveis belezas e possuidora de um carácter muito vincado. Estes atributos contribuiram para uma imagem sustentada em lugares-comuns, os quais, aliás, se tornaram extensíveis à própria imagem de Espanha. São lugares-comuns bem conhecidos e que me dispenso de enumerar exaustivamente - vão desde a peineta y bata de cola ao salero y fiesta, passando, claro está, pelo flamenco. Em parte legítimos, em parte ilegítimos. Um exemplo é a ideia de que muitos destes elementos advêm da influência árabe, tendo em conta que foi aqui que persistiu o último reduto europeu muçulmano independente até tempos bastante avançados (1492) e persistiu uma forte minoria morisca até inícios do séc XVII. Na verdade, esses elementos são bastante menos do que se possa pensar, já que a colonização por gentes vindas do Norte foi massiva e substutuiu, efectivamente, as comunidades moriscas, as quais, depois de sofrerem a deserção pelo constante acosso, acabaram mesmo por ser expulsas. Isto não impede, evidentemente, que seja na Andaluzia que se encontre muitos dos mais brilhantes monumentos do Islão e que o urbanismo, as técnicas agrícolas e algumas tradições atestem poderosamente esse legado. Na passagem de testemunho de civilização para civilização houve muito que foi assimilado e houve uma paisagem geo-humana que, no essencial, se manteve. Daí, que a grande atracção da Andaluzia seja este carácter de interface de duas civilizações num privilegiado cenário.
Nem tudo é belo na Andaluzia. Muito do que mais desinteressante a Espanha tem está lá presente. Por exemplo: o turismo massificado da costa do Mediterrâneo com todo o seu cortejo de mau-gosto. Mas uma região que tem Sevilha, Granada e tantos e tantos outros lugares de encanto, tem larga margem para aguentar com Torremolinos... Por outro lado, há o atraso económico-social, bem assinalado por todas as estatísticas, nomeadamente as que dizem respeito ao desemprego, aqui tradicionalmente muito elevado. Com excepção dos bastiões turisticos (litoral de Málaga, Granada e Almería) e dos enclaves das produções de horto-fruticultura de estufa (Almería), a região é pobre e, em certo sentido, mais pobre do que já foi, na medida em que apresenta em Cádiz uma situação de forte desindustrialização, na generalidade no Baixo Guadalquivir (Córdoba, Sevilla) uma agricultura e pecuária sem perspectivas e no litoral de Huelva uma pesca em forçada recessão.
sexta-feira, outubro 14, 2005
Andalucía (14)
Andaluzia
Região Autónoma: Andalucía - (7.600.000 habitantes)
Capital: Sevilla (710.000) / Outras cidades: Málaga (547.000); Córdoba (308.000); Granada (241.000); Jerez de la Frontera (183.000); Almería (166.000); Huelva (142.000); Cádiz (133.000); Jaén (113.000); Dos Hermanas (102.000); Algeciras (101.000); Marbella (100.000); San Fernando (88.000); Linares (85.000); El Puerto de Santa María (76.000).
Índice Paridades de Poder de Compra: 69,3 (Média UE25 = 100)
Províncias: Huelva (463.000); Sevilla (1.728.000); Córdoba (762.000); Jaén (644.000); Almería (537.000); Granada (822.000); Málaga (1.287.000); Cádiz (1.116.000).
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5 comentários:
Amigo Tavares: ¿Cómo fue el "destape" a la portuguesa?
Iza eres un pesado....
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