1º Dia – 4 de Abril (4ª Feira)
O tempo não prometia. Chovia e não havia abertas. Foi assim até mais de metade da auto-estrada Lisboa-Porto. Só o cessar da chuva e uns tímidos raios de sol, por alturas da área de serviço de Antuã, deixaram entrever alguns motivos para menor pessimismo.
A Sempre Invicta foi atravessada perifericamente, pela Ponte do Freixo e pela VCI. Sucede que o destino imediato era Mirandela e a minha cidade, neste contexto, não era objecto de passeio. Ainda assim, anotei como Vilar de Andorinho e Avintes estão muito diferentes dos tempos da minha infância – perderam muito do ar rural e suburbanizaram-se. Descortinei algumas fileiras de vivendas geminadas, com bom aspecto. Os grandes blocos de apartamentos que entretanto surgiram, estão ainda longe de predominar.
Entretanto, a chuva voltara. Em boa verdade, o passeio começava a partir do Porto. A minha atenção redobrara, mas os horizontes estavam pouco generosos. Da auto-estrada para o Marão fui entrevendo uma paisagem verde, salpicada por vivendas. Sobranceiro, num alto, vi Penafiel. A seguir, ao longe, adivinhei Marco de Canaveses – ambas visitadas no ano anterior. Desse passeio era impossível deixar de recordar as belezas de Amarante e o pormenor mórbido da passagem pela fatídica ponte de Entre-os-Rios...
A subida do Marão consistiu numa imersão nas nuvens, sem se ver mais do que as guias das bermas. O piso estava escorregadio e o limpa pára-brisas trabalhava em cadência acelerada. Logo após a passagem do ponto mais alto, a chuva parou. Pouco depois, Vila Real foi avistada, mostrando um crescimento próprio de capitais de distrito.
O tempo ia ficando, definitivamente, muito melhor. Havia nuvens escuras, mas a chuva desaparecera de todo e até surgiam horizontes com sol. Isto dava ânimo, assim como a noção de que iria conhecer a paisagem transmontana. Tinha presente os lugares-comuns acerca da sua rudeza, os quais, desde logo, se confirmaram. A densidade populacional vai-se tornando escassa – deixara-se de se avistar casas e o tráfego rareava. Nas margens da IP4, a vegetação era mais rasteira e emergiam penedos graníticos. Bonito!
O tempo ia ficando, definitivamente, muito melhor. Havia nuvens escuras, mas a chuva desaparecera de todo e até surgiam horizontes com sol. Isto dava ânimo, assim como a noção de que iria conhecer a paisagem transmontana. Tinha presente os lugares-comuns acerca da sua rudeza, os quais, desde logo, se confirmaram. A densidade populacional vai-se tornando escassa – deixara-se de se avistar casas e o tráfego rareava. Nas margens da IP4, a vegetação era mais rasteira e emergiam penedos graníticos. Bonito!
Ás cinco da tarde entrava em Mirandela. Foi fácil encontrar o Hotel D. Dinis - um edifício moderno, demasiado grande para a escala do lugar. Gozei o privilégio de ter o quarto sobranceiro ao Tua e ao centro. Da linha do casario, sobressaíam a fachada do edifício da Câmara Municipal e a igreja, ao seu lado. Era, surpreendentemente, uma construção moderna, cuja traça, porém, se integrava no conjunto. Mas parecia-me insólito que não existisse uma antiga igreja matriz antiga. Um passeio nos minutos seguintes revelaria a realidade – a igreja nova era, afinal, um acrescento à antiga. Diga-se que, se sob o ponto de vista arquitectónico, a coisa tinha o seu interesse, mas achei insólito...
O mais bonito da terra é, sem dúvida, a ponte e o espaço ribeirinho. O Tua é, já de si, um senhor rio. Com uma represa a jusante, conseguiu-se um espelho de água, o qual, com os espaços ajardinados das margens, proporciona um panorama airoso. A ponte romana está reservada para peões, com bancos distribuídos longitudinalmente para as pessoas se sentarem como num jardim.
Depois de um agradável passeio, nada melhor do que um soberbo jantar. Assim aconteceu no restaurante O Grêz. Um óptimo naco de carne transmontana, servida de forma simpática e eficiente, fez-me reflectir, pela enésima vez, sobre como se como bem no Norte e fez-me ainda lembrar um cozinheiro transmontano estabelecido na Amadora, o Jaime de O Cordial.
Depois de um agradável passeio, nada melhor do que um soberbo jantar. Assim aconteceu no restaurante O Grêz. Um óptimo naco de carne transmontana, servida de forma simpática e eficiente, fez-me reflectir, pela enésima vez, sobre como se como bem no Norte e fez-me ainda lembrar um cozinheiro transmontano estabelecido na Amadora, o Jaime de O Cordial.
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