4º Dia (3ª Feira / tarde)
A chegada a Siena não proporcionou uma vista panorâmica, pois a cidade estende-se por uma encosta em sentido oposto àquele por onde tinha entrado. É amuralhada. Detém um património riquíssimo. Perdeu importância desde finais da Idade Média, mas não se pode dizer que ficou à margem do tempo. Tem cerca de 50.000 habitantes e é capital de província.
Desgraçadamente, o calor era ainda mais intenso. Entrar no centro da cidade com o carro era impossível. Mas, tal como tinha verificado na planta, do local onde estava até ao centro era mais de um quilómetro, por ruas muito estreitas. Estacionado o carro num terreiro do lado exterior das muralhas, decidi tomar um transporte urbano - um dos mini autocarros que já tinha visto passar. Em menos de um quarto de hora, surgiu um que me levou até à praça da catedral. A fachada é mais exuberante que a de Florença e de grande beleza. O interior é, provavelmente, mais valioso, quanto mais não seja pela decoração do pavimento. Além disso, mais prosaicamente, era um refúgio para o calor... Infelizmente, assim sentia também a multidão de turistas que a abarrotava... Era demasiada gente. Em face da situação, tornou-se pertinente procurar a famosa Piazza del Campo.
Sempre a descer cheguei à mais bela praça alguma vez vista. A torre do Palazzo Comunale domina um vasto terreiro em semi-circulo. As casas de tonalidade rosada reforçavam a luminosidade, de modo que, vindo da semi-obscuridade das ruelas, foi grande o impacto. Nesta praça realiza-se, duas vezes por ano, o Palio – corrida de cavalos realizada com todo o aparato medieval. Cada cavalo representa uma contrasta (bairro).
Siena tem uma antiga e prestigiada universidade, o que reforça ainda mais o seu valor. Segundo o meu conceito de cidade, é um exemplo de perfeição (sem o atroz calor que assolava...). À primeira vista viver lá é um privilégio. Não me esqueci, precisamente, que devido às suas funções docentes na universidade, aí vive Antonio Tabucchi, o mais destacado lusófilo da intelectualidade europeia. Vi-o uma vez, numa noite de verão, na mesma bicha em que eu estava para jantar, num restaurante de Santa Luzia (Tavira), em situação vulgaríssima de férias familares. Tabucchi será duplamente privilegiado, pois, parece, que vive metade do ano neste paraíso e a outra metade na parte antiga de Lisboa, o que, sob certas condições, não deixa de ser também um privilégio.
No regresso a Florença quis entrar pela estrada que passa junto ao Belvedere de Piazzale Michelangelo. É um miradouro que está em Oltrarno, ou seja, do outro lado do Rio Arno. Parei e apreciei a vista panorâmica. Lá está também outra réplica de Davide. É por aqui que se deve entrar na cidade, pois é uma apresentação digna de bilhete postal.
Depois, andei por zonas periféricas para conseguir encontrar a garagem onde teria de devolver o carro alugado. Não foi fácil. Nessa busca passei junto ao Stadio Artemio Franchi onde joga a Fiorentina e onde, até poucos dias antes, Rui Costa exercera de ídolo. Eram vários os cartazes publicitários onde estava presente. Nas páginas do diário local La Nazione, a comoção pela perda do jogador para o AC Milan era testemunhada em vários artigos – o acontecimento era apresentado como o símbolo da falência da societá viola, que se via, assim constrangida à lógica de “vão-se os anéis, ficam os dedos...”.
Desgraçadamente, o calor era ainda mais intenso. Entrar no centro da cidade com o carro era impossível. Mas, tal como tinha verificado na planta, do local onde estava até ao centro era mais de um quilómetro, por ruas muito estreitas. Estacionado o carro num terreiro do lado exterior das muralhas, decidi tomar um transporte urbano - um dos mini autocarros que já tinha visto passar. Em menos de um quarto de hora, surgiu um que me levou até à praça da catedral. A fachada é mais exuberante que a de Florença e de grande beleza. O interior é, provavelmente, mais valioso, quanto mais não seja pela decoração do pavimento. Além disso, mais prosaicamente, era um refúgio para o calor... Infelizmente, assim sentia também a multidão de turistas que a abarrotava... Era demasiada gente. Em face da situação, tornou-se pertinente procurar a famosa Piazza del Campo.
Sempre a descer cheguei à mais bela praça alguma vez vista. A torre do Palazzo Comunale domina um vasto terreiro em semi-circulo. As casas de tonalidade rosada reforçavam a luminosidade, de modo que, vindo da semi-obscuridade das ruelas, foi grande o impacto. Nesta praça realiza-se, duas vezes por ano, o Palio – corrida de cavalos realizada com todo o aparato medieval. Cada cavalo representa uma contrasta (bairro).
Siena tem uma antiga e prestigiada universidade, o que reforça ainda mais o seu valor. Segundo o meu conceito de cidade, é um exemplo de perfeição (sem o atroz calor que assolava...). À primeira vista viver lá é um privilégio. Não me esqueci, precisamente, que devido às suas funções docentes na universidade, aí vive Antonio Tabucchi, o mais destacado lusófilo da intelectualidade europeia. Vi-o uma vez, numa noite de verão, na mesma bicha em que eu estava para jantar, num restaurante de Santa Luzia (Tavira), em situação vulgaríssima de férias familares. Tabucchi será duplamente privilegiado, pois, parece, que vive metade do ano neste paraíso e a outra metade na parte antiga de Lisboa, o que, sob certas condições, não deixa de ser também um privilégio.
No regresso a Florença quis entrar pela estrada que passa junto ao Belvedere de Piazzale Michelangelo. É um miradouro que está em Oltrarno, ou seja, do outro lado do Rio Arno. Parei e apreciei a vista panorâmica. Lá está também outra réplica de Davide. É por aqui que se deve entrar na cidade, pois é uma apresentação digna de bilhete postal.
Depois, andei por zonas periféricas para conseguir encontrar a garagem onde teria de devolver o carro alugado. Não foi fácil. Nessa busca passei junto ao Stadio Artemio Franchi onde joga a Fiorentina e onde, até poucos dias antes, Rui Costa exercera de ídolo. Eram vários os cartazes publicitários onde estava presente. Nas páginas do diário local La Nazione, a comoção pela perda do jogador para o AC Milan era testemunhada em vários artigos – o acontecimento era apresentado como o símbolo da falência da societá viola, que se via, assim constrangida à lógica de “vão-se os anéis, ficam os dedos...”.
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