Este álbum foi gravado em Milão, em 1976, com produção de Sergio Bardotti. Temos aqui o melhor encontro entre a música italiana e a MPB. Uma benfazeja onda parece ter inspirado o empreendimento, que foi dos mais bem sucedidos de Bardotti como promotor da MPB em Itália.
Como noutras gravações de Toquinho e Vinicius, intui-se um certa descontração, escutando introduções em jeito de bate-papo, declamações e pequenos improvisos soltos com oportunidade. É notório que se sentem bem num ambiente italiano - Toquinho, como tantos paulistas, tem chegados ascendentes italianos e Vinicius, não nos esqueçamos, foi diplomata em Roma. Quanto a Ornella é notório que não está ali como intrusa. É, enfim, um grupo de amigos que se encontrou no estúdio. O poeta, religiosamente acompanhado pelo seu copo de whisky, em esplendorosa beatitude. Toquinho em óptima forma com o seu violão. Ornella, com a sua finura, no apogeu. Que encontro! Todo o disco não tem desperdício, mas se me é permitido destacar um tema, pois que seja o inesperado clássico napolitano Anema e Core (Alma e coração, em napolitano), que durante minuto e meio nos eleva até ao plano da perfeição melódica, mediante a voz sensível de Ornella, apenas acompanhada discretamente pelo violão de Toquinho. Ainda por cima, na sequência em que aparece, este tema é um suavíssimo interlúdio na toada de suave batucada. Ou seja, estabelece um ligeiro contraste, reforçando a harmonia do conjunto. É um flash napolitano, cujo nexo de oportunidade parece ser (como se deduz da introdução) o facto de ser predilecto de Vinicius.
Como noutras gravações de Toquinho e Vinicius, intui-se um certa descontração, escutando introduções em jeito de bate-papo, declamações e pequenos improvisos soltos com oportunidade. É notório que se sentem bem num ambiente italiano - Toquinho, como tantos paulistas, tem chegados ascendentes italianos e Vinicius, não nos esqueçamos, foi diplomata em Roma. Quanto a Ornella é notório que não está ali como intrusa. É, enfim, um grupo de amigos que se encontrou no estúdio. O poeta, religiosamente acompanhado pelo seu copo de whisky, em esplendorosa beatitude. Toquinho em óptima forma com o seu violão. Ornella, com a sua finura, no apogeu. Que encontro! Todo o disco não tem desperdício, mas se me é permitido destacar um tema, pois que seja o inesperado clássico napolitano Anema e Core (Alma e coração, em napolitano), que durante minuto e meio nos eleva até ao plano da perfeição melódica, mediante a voz sensível de Ornella, apenas acompanhada discretamente pelo violão de Toquinho. Ainda por cima, na sequência em que aparece, este tema é um suavíssimo interlúdio na toada de suave batucada. Ou seja, estabelece um ligeiro contraste, reforçando a harmonia do conjunto. É um flash napolitano, cujo nexo de oportunidade parece ser (como se deduz da introdução) o facto de ser predilecto de Vinicius.
(Vai daqui um abraço para o meu amigo Paolo Driussi que me deu este CD, como muitos outros...)
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Ornella Vanoni / Toquinho - Anema e core in La voglia, la pazzia, l'incoscienza, l'allegria (1976)
1 comentário:
Gratis ? Alabardeiro ?
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