quarta-feira, abril 06, 2005

Viagens (18): Picos de Europa / 2001 (11)

5º Dia – 8 de Abril (Domingo)(tarde)
O Barco de Valdeorras é uma cidadezinha encaixada entre entre montanhas. Tem uma aparência genuinamente galega. Aí almocei num restaurante popular, ouvindo entre os comensais o afável bon proveito.... Depois, no parque, junto ao rio, escutei, entre idosos, uma conversa em galego do mais puro.
Retomei o caminho por uma estrada que entra no extremo sul da província de Lugo - comarca de Monforte de Lemos. Estas foram terras do senhorio de Traba, o que me fez lembrar Dona Tarasia ou Teresa (mãe de D. Afonso Henriques), que nestes pagos de seu amante veio perecer. Em breve me encontrei com o rio Miño, que surgiu em fundo vale, com uma imponência desconhecida, largo e caudaloso. Com ele reentrei na província de Ourense.
Ourense é, pelos pergaminhos de uma vasta plêiade de intelectuais, o centro do galeguismo lusófilo. Aqui se fala o galego mais descastelhanizado e se encontram os mais numerosos e entusiastas defensores da ortografia portuguesa. Sabia que era uma cidade interessante, mas, na verdade, revelou-se mais interessante do que supunha... O centro situa-se numa encosta. A ligação entrea parte mais antiga e a mais comercial faz-se por uma animada artéria pedonal, a Rúa do Paseo. O enquadramento da cidade é magnífico, num amplo vale formado pela confluência do Barbanza com o Miño. Pena é que, como sucede nas cidades galegas, a periferia urbana seja algo desarrumada...
Tomei a autovía das Rías Baixas, que segue na direcção de Vigo. É grandiosa a forma como corre pelo vale do Miño, saltando de margem em margem. Na comarca de O Ribeiro detive-me em Ribadavia. Lembrei-me de um canto popular com que Amancio Prada abre Caravel de Caraveles: “O cantar do arrieiro é um cantar moi baixiño / cuando canta en Ribadavia, resoa n’O Carballiño”. Quase todos os amoladores são desta região; com a sua gaita, que chama a chuva da terra distante, com a sua morriña e com a sua desconfiança labrega, chegaram a Lisboa, Madrid, Barcelona, Buenos Aires. Foram trás a roda.... Ribadavia é a terra do vinho Ribeiro, de amoladores, taberneiros e carvoeiros emigrados – aquele tipo de gente que inspira aforismos como: “se encontras um galego a meio de uma escada nunca sabes se vai a descer ou a subir”.
Já o sol ia baixo quando entrei na comarca de O Condado, província de Pontevedra. Pernoitei nos arredores de Vigo, em O Porriño, num motel bem suspeito... Eram apartamentos com garagem, onde os carros ficam ocultos de olhares curiosos. Havia espelhos espampanantes no quarto e filmes porno em circuito vídeo interno. Em que divertidos equívocos pode cair um incauto, levado pelas omissões de um guia de cheques de hotel...

8 comentários:

Anónimo disse...

En la provincia de Pontevedra hay moteles de lenocinio para dar y tomar.....

Anónimo disse...

Orense, una de las ciudades más calurosas de España......¿Vió usted la Burgas?

Anónimo disse...

La indefinicion de la zorreria del gallego....

Anónimo disse...

Me gusta más el Ribeiro que el cava catalán.

Anónimo disse...

Orense y Vigo: cuesta arriba y cuesta abajo.

Anónimo disse...

El Cristo de la Catedral de Orense. Dicen que le crece el pelo.

Anónimo disse...

La poesía de Victor Campio Pereira en Jubilatas.com.

Anónimo disse...

Hoteles sospechosos en Pontevedra y Vigo. Marineros que quieren desfogarse....