Astrud Gilberto - Astrud Gilberto Plus James Last Orchestra (1986)
Astrud Gilberto foi a voz (e em certa medida também o corpo) que personificou a Garota de Ipanema. Em 1963 protagonizou com João Gilberto (então seu marido) e com Tom Jobim o boom da bossa-nova. A eles se juntou o saxofonista de jazz Stan Getz. Como se não bastasse tanto talento junto, o produtor Creed Taylor (trabalhava então para a Verve) caprichou em cuidar superiormente este novo género e surgiram então algumas obras-primas.
Astrud rompeu os seus laços maritais e ficou nos Estados Unidos. Filha de mãe baiana e de pai alemão, tinha uma voz original (quente, num sensual timbre de gatinha doce...), assim como uma figura ajustada aos padrões de beleza dos sixties. Com o tempo, o seu repertório foi deslizando de um género reconhecido e respeitado (incluindo o exigente público do jazz) para algo mais vulgar. Em meados dos anos 70 a sua estrela já tinha declinado. Só saiu da penumbra em meados dos anos 80 com este álbum. É um produto declaradamente easy listening ou não fosse co-protagonizado pelo inefável James Last mais a sua orquestra. Por uma vez, porém, este famoso orquestrador (alemão, como o pai de Astrud) abandona os pastiches e demonstra cabalmente as maravilhas de uma grande orquestra ligeira. Há ainda as participações de Ron Last e Paulo Jobim (como pares para duetos). A produção tem uma qualidade fantástica e o exercício de embalar com sofisticação e requinte temas brasileiros, ou de sabor brasileiro, resulta em cheio! A voz de Astrud (já quarentona) ainda patenteia aquele timbre inconfundível... Claro está que um certo pedantismo não deixará de encarar produtos como este com o desprezo que costuma votar ao easy listening. Haverá mesmo quem diga tratar-de de música de elevador... Pois que seja, mas é pura delícia para ouvidos civilizados, sugerindo champagne and caviar (é este, apropriadamente, o título de um tema... composto pela própria Astrud), penthouse, piscina, limousine e tutti quanti o bom-gosto e o dinheiro podem dar... Como sabe bem este muito suave tropicalismo artificial!
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10Astrud rompeu os seus laços maritais e ficou nos Estados Unidos. Filha de mãe baiana e de pai alemão, tinha uma voz original (quente, num sensual timbre de gatinha doce...), assim como uma figura ajustada aos padrões de beleza dos sixties. Com o tempo, o seu repertório foi deslizando de um género reconhecido e respeitado (incluindo o exigente público do jazz) para algo mais vulgar. Em meados dos anos 70 a sua estrela já tinha declinado. Só saiu da penumbra em meados dos anos 80 com este álbum. É um produto declaradamente easy listening ou não fosse co-protagonizado pelo inefável James Last mais a sua orquestra. Por uma vez, porém, este famoso orquestrador (alemão, como o pai de Astrud) abandona os pastiches e demonstra cabalmente as maravilhas de uma grande orquestra ligeira. Há ainda as participações de Ron Last e Paulo Jobim (como pares para duetos). A produção tem uma qualidade fantástica e o exercício de embalar com sofisticação e requinte temas brasileiros, ou de sabor brasileiro, resulta em cheio! A voz de Astrud (já quarentona) ainda patenteia aquele timbre inconfundível... Claro está que um certo pedantismo não deixará de encarar produtos como este com o desprezo que costuma votar ao easy listening. Haverá mesmo quem diga tratar-de de música de elevador... Pois que seja, mas é pura delícia para ouvidos civilizados, sugerindo champagne and caviar (é este, apropriadamente, o título de um tema... composto pela própria Astrud), penthouse, piscina, limousine e tutti quanti o bom-gosto e o dinheiro podem dar... Como sabe bem este muito suave tropicalismo artificial!
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1 comentário:
Marisa Monte
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