sábado, dezembro 31, 2005

Tiro ao alvo (6)

Excesso de zelo
Espanha entra em 2006 começando a aplicar uma das legislações mais restritivas da Europa quanto ao tabaco. Que ironia! A mesma Espanha que esteve, no ano que ora termina, na vanguarda da aprovação dessa coisa indescritível que é o "casamento" entre homossexuais, vai agora situar-se na vanguarda de um certo puritanismo...
Eu não fumo e nunca fumei. Contudo, tal ocorreu de forma natural, sem que jamais desenvolvesse preconceitos quanto ao tabagismo. Em todo o caso, estou ciente que o tabaco pode fazer bastante mal, como muitas outras coisas, aliás (em rigor, se o zelo alastra com coerência, teremos os cenários do nosso quotidiano povoados de advertências "x, y ou z... mata!"). Seja como for, considero benéfico o processo de crescente consciencialização quanto aos malefícios do tabaco. Acho que é importante difcultar o acesso ao tabaco por parte dos menores e que devem existir campanhas de consciencialização. Tampouco me repugnam as alcavalas sobre o tabaco, desde que revertam estritamente para gastos com os sistemas de saúde. Contudo, entendo que neste processo se têm vindo a cometer exageros que denotam um execrável espírito puritano de desconfiança, senão ódio, aos prazeres da vida.
Para os fumadores, o tabaco é fonte de prazer e há que respeitar esse prazer! Além disso, o tabaco tem história e cultura atrás de si. Vastíssima e rica, deve-se dizer. Reduzi-lo à condição de mera droga é ignorância. Não sei se, eventualmente, em prol de mais algum zelo de "politicamente correcto", o governo de Zapatero se propõe rever a história de Espanha e ocultar um dos seus feitos: o papel destacado que o Império Espanhol teve na divulgação e promoção do tabaco. Aguardemos, já que o zapaterismo parece não conhecer limites de elementar bom-senso... Mas, queira-se ou não, o tabaco tem sido, efectivamente, fonte e pretexto de arte e cultura e tornou-se um signo de civilização, desde coisas quase transcendentes, como estar associado à inspiração artística, até coisas vulgares, como, por exemplo, ter sido um
pretexto para a melhor e mais criativa publicidade. Tem havido muita insensibilidade para isto. Temos um exemplo na infantil norma comunitária que obriga a pespegar tarjas macabras nos maços. Estropeou algo que merece não ser desconsiderado: o design dos maços de tabaco. É caso para nos inquietarmos sobre quanto tempo mais permanecerão imunes as gravuras impressas nas cintas dos charutos puros havanos - elegantes e artísticos elementos identificadores das diferentes marcas, repletas de tradição e pâtine. O certo, é que, por agora, os maços de tabaco já foram vitimados. Apreciá-los, livres de atropelos à sua estética, é já algo que figura no baú das recordações... Na véspera do dia em que a pele do touro vai sofrer uma esfrega puritana, aqui fica, no magnífico design de um maço Camel, uma singela homenagem aos fumadores espanhóis - enfim, não faltará muito para que sejam obrigados a passar à clandestinidade...

8 comentários:

Anónimo disse...

Si Zapatero prohibe fumar, estoy tentado de hacerme fumador.....

Anónimo disse...

Pienso que los dos personajes a los que mas admira Zapatero son los "pacifistas" Buenaventura Durruti (leonés9 y Largo Caballero (madrileño)......

Anónimo disse...

Elena Salgado "jodió" el Servicio de Correos en los noventa y ahora, acaba con la Tabacalera.....

Anónimo disse...

Reuters Agency: smokers ignore new law

Anónimo disse...

En los bares de Salamanca se sigue fumando igual....

Anónimo disse...

Marlboro mas barato que Fortuna

Anónimo disse...

Elena Salgado contra Burger King

Anónimo disse...

Elena Salgado against burger king