terça-feira, dezembro 12, 2006

Viagens (47): Norte de Itália / Julho - Agosto de 2001 (5)

4º Dia (3ª Feira / manhã)

Para este dia estava planeada uma visita a San Gimignano e Siena. Na Hertz diligenciei o aluguer de uma viatura. O que é que haveria de calhar em sorte? ...Pois, mais um Ford Ka.
A estrada que vai até Siena não sendo propriamente uma auto-estrada, tem faixas separadas, com óptimo piso e não tem portagem. A paisagem toscana está repleta de colinas e é verdejante. Vêm-se muitas casas de quintas. A natureza é ao mesmo tempo exuberante e civilizada. Predominam vinhedos e bosques.
Passei por Poggibonsi, cidadezinha de 20.000 habitantes, com ar próspero. É um dos centros de produção do vinho Chianti. Logo a seguir, consegue-se divisar ao longe San Gimignano, com as suas treze torres. Está no cimo de uma colina, amuralhada. A invasão turística que assolava Florença estendia-se até aqui, produzindo, desde logo, dificuldades para estacionar em qualquer um dos terreiros no exterior da muralha. Não há cidade fora da muralha e lá dentro todas as casas são medievais. Nem Óbidos consegue ter um aspecto tão homogéneo e coerentemente antigo, embora esta cidade seja maior, mais populosa e mais visitada, talvez, numa escala de dez vezes mais... As tais torres, são de palácios aristocráticos e sugerem-nos aquela Toscana medieval onde imperavam rivalidades entre cidades, príncipes e condottieri. Aqui, nesse passado convulso, cada nobre pretendia suplantar o nobre vizinho pela altura da sua torre. Este espírito puerilmente vaidoso é, ao fim e ao cabo, o mesmo que esteve na base do mecenato. É claro que o resultado atenta contra todas as noções de harmonia e proporção, mas não deixa de ser pitoresco. Algures antes dos finais da Idade Média, San Gimignano parou no tempo. O esplendor das vizinhas Florença e Siena determinaram o seu estertor. Apenas se manteve uma activa produção vinícola. Assim chegou aos nossos dias esta anacrónica pérola medieval. Renasce agora em função do turismo.
Estava um calor ainda mais insuportável que o nos dias anteriores. À hora de almoço, encontrei refúgio numa loja com ar condicionado, que vendia sanduíches e proporcionava ao mesmo tempo mesas e bancos para se comer. Assim, nesta espécie de self service rústico acabei por comer e, muito bem, ademais por um preço que, em Itália, é magnífico. Entre outras coisas, foi-me apresentada a mais popular cerveja italiana, a Moretti, assim como a Broschetta, que consiste numa fatia de pão frito com tomate e mais alguns condimentos.

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