Vacas e automóveis
Li há alguns dias num jornal uma curiosa notícia, cujo sentido pode ser traduzido, sem grande exagero, da seguinte forma expressiva: Imagine-se um cenário campestre, bucólico, composto por vacas a pastar num verde prado. Imagine-se agora a hedionda IC19 num início de manhã de dia útil, algures entre Cacém e Queluz, atascada num costumeiro engarrafamento automóvel. Pois fique-se sabendo, que a primeira imagem corresponderá, provavelmente, a uma situação mais danosa para o chamado equilíbrio do meio ambiente e um contributo mais efectivo para o aquecimento global do planeta! Efectivamente, a libertação de metano produzida pelo gado, e particularmente por aquele que é mais dado a manifestações aerofágicas, como parece ser o caso do gado vacum, constitui uma ameaça maior que o CO2 libertado pelos tubos de escape. Assim, talvez se justifique mais um acto de contrição no momento em que se coma mais um iogurte do que no momento em que se gire a chave de ignição para arrancar com o automóvel… Parece que a fonte é uma revista científica e, parece, inclusivamente, que para os organismos internacionais dedicados ao estudo deste tipo de problemas, isto não é propriamente um segredo…. O que se passa é que por razões de ordem política e pela histeria sensacionalista em que os media vivem, constituiu-se um poderoso filtro, que não só selecciona a informação em função de uma percepção dominante, como, de algum modo, induz opções políticas (cada vez mais cativas da popularidade mediática) que forçam a adopção de prioridades erradas de investigação junto da comunidade científica. Algo, enfim, que o dinamarquês Bjørn Lomborg tem vindo a denunciar, em particular na sua obra The Skeptical Environmentalist (2001).Não consegui encontrar on-line o artigo em questão, o qual, julgo, ter lido no Público. Contudo, uma simples pesquisa no Google conduziu-me a este artigo, Vacas contaminantes, o qual aborda o mesmo problema.
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