Em 1967, no Festival de San Remo, Little Tony interpreta Cuore Matto (Coração Louco). Com o seu cabelo abrilhantinado, estilo Elvis, com a sua pose arrebatada, estava em ruptura com os modelos de crooner ou de tenor ligeiro já decadentes. Era um urlatore, designação que se atribuía, com desconfiança, aos jovens artistas com influências do rock & roll. Contudo, quem ganha essa edição é Claudio Villa, com Non pensare a me. Estalou polémica. Villa já era, para os padrões da época, um canastrão, mais alinhado com os esteriótipos dos anos 50. Mas, dessa música vencedora já ninguém se lembra, o mesmo não se pode dizer de Cuore Matto, resgatada, segundo parece, no último filme de Almodóvar.
Eis aqui o seu texto:
Eis aqui o seu texto:
Un cuore matto che ti segue ancora
giorno e notte pensa solo a te,
e non riesco a fargli mai a capire
che tu vuoi bene a un altro e non a me.
Un cuore matto, matto da legare,
che crede ancora che tu pensi a me,
non è convinto che sei andata via,
che m'hai lasciato e non ritornerai...
Digli la veritàe forse capirà;
perché la veritàtu non l'hai detta mai...
Un cuore matto che ti vuole bene
e ti perdona tutto quel che fai,
ma prima o poi tu sai che guarirà,
lo perderai, così lo perderai...
Un cuore matto, matto da legare...
É através da brisa da Riviera Ligure, entre San Remo e Portofino, por entre um certo glamour latino, um pouco ao estilo anúncio Martini, que esta rubrica Cuore Matto se propõe evocar os tempos áureos da canção italiana. Entre tantos artistas cujo esplendor esmoreceu há muito, apagados os flashes dos paparazzi, desvanecidos os faustos das produções da RAI (a preto e branco... ) de Sabbato Sera e Mille Luce, duas lendas, entretanto, persistem vivas: Mina e Ornella Vanoni - as duas grandes senhoras da canção italiana. Cada uma à sua maneira, através de uma longa carreira, mostra-nos que, afinal, esse tempo não morreu de todo...
Mas, a predisposição para desenvolver esta rubrica será, sobretudo, um pretexto para apontamentos pessoais e variados sobre Itália...
3 comentários:
Nova 70
Inexplicable (para mi) admiracion lusa por Almodovar
Esa admiración, yo no la comparto. Reconozco que "Mujeres al borde de un ataque de nervios" es una muy buena comédia y que hay una afortunada puesta en escena de algunos sérios motivos de reflexión en "Hable con Ella". Detesto "Todo sobre mi madre" y miro con desconfianza el estilo almodovariano. Lo que si comparto con su cinematografíua es el buen gusto de las músicas de las trillas sonoras.
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