
Espanha entra em 2006 começando a aplicar uma das legislações mais restritivas da Europa quanto ao tabaco. Que ironia! A mesma Espanha que esteve, no ano que ora termina, na vanguarda da aprovação dessa coisa indescritível que é o "casamento" entre homossexuais, vai agora situar-se na vanguarda de um certo puritanismo...
Eu não fumo e nunca fumei. Contudo, tal ocorreu de forma natural, sem que jamais desenvolvesse preconceitos quanto ao tabagismo. Em todo o caso, estou ciente que o tabaco pode fazer bastante mal, como muitas outras coisas, aliás (em rigor, se o zelo alastra com coerência, teremos os cenários do nosso quotidiano povoados de advertências "x, y ou z... mata!"). Seja como for, considero benéfico o processo de crescente consciencialização quanto aos malefícios do tabaco. Acho que é importante difcultar o acesso ao tabaco por parte dos menores e que devem existir campanhas de consciencialização. Tampouco me repugnam as alcavalas sobre o tabaco, desde que revertam estritamente para gastos com os sistemas de saúde. Contudo, entendo que neste processo se têm vindo a cometer exageros que denotam um execrável espírito puritano de desconfiança, senão ódio, aos prazeres da vida.
Para os fumadores, o tabaco é fonte de prazer e há que respeitar esse prazer! Além disso, o tabaco tem história e cultura atrás de si. Vastíssima e rica, deve-se dizer. Reduzi-lo à condição de mera droga é ignorância. Não sei se, eventualmente, em prol de mais algum zelo de "politicamente correcto", o governo de Zapatero se propõe rever a história de Espanha e ocultar um dos seus feitos: o papel destacado que o Império Espanhol teve na divulgação e promoção do tabaco. Aguardemos, já que o zapaterismo parece não conhecer limites de elementar bom-senso... Mas, queira-se ou não, o tabaco tem sido, efectivamente, fonte e pretexto de arte e cultura e tornou-se um signo de civilização, desde coisas quase transcendentes, como estar associado à inspiração artística, até coisas vulgares, como, por exemplo, ter sido um pretexto para a melhor e mais criativa publicidade. Tem havido muita insensibilidade para isto. Temos um exemplo na infantil norma comunitária que obriga a pespegar tarjas macabras nos maços. Estropeou algo que merece não ser desconsiderado: o design dos maços de tabaco. É caso para nos inquietarmos sobre quanto tempo mais permanecerão imunes as gravuras impressas nas cintas dos charutos puros havanos - elegantes e artísticos elementos identificadores das diferentes marcas, repletas de tradição e pâtine. O certo, é que, por agora, os maços de tabaco já foram vitimados. Apreciá-los, livres de atropelos à sua estética, é já algo que figura no baú das recordações... Na véspera do dia em que a pele do touro vai sofrer uma esfrega puritana, aqui fica, no magnífico design de um maço Camel, uma singela homenagem aos fumadores espanhóis - enfim, não faltará muito para que sejam obrigados a passar à clandestinidade...
Eu não fumo e nunca fumei. Contudo, tal ocorreu de forma natural, sem que jamais desenvolvesse preconceitos quanto ao tabagismo. Em todo o caso, estou ciente que o tabaco pode fazer bastante mal, como muitas outras coisas, aliás (em rigor, se o zelo alastra com coerência, teremos os cenários do nosso quotidiano povoados de advertências "x, y ou z... mata!"). Seja como for, considero benéfico o processo de crescente consciencialização quanto aos malefícios do tabaco. Acho que é importante difcultar o acesso ao tabaco por parte dos menores e que devem existir campanhas de consciencialização. Tampouco me repugnam as alcavalas sobre o tabaco, desde que revertam estritamente para gastos com os sistemas de saúde. Contudo, entendo que neste processo se têm vindo a cometer exageros que denotam um execrável espírito puritano de desconfiança, senão ódio, aos prazeres da vida.
Para os fumadores, o tabaco é fonte de prazer e há que respeitar esse prazer! Além disso, o tabaco tem história e cultura atrás de si. Vastíssima e rica, deve-se dizer. Reduzi-lo à condição de mera droga é ignorância. Não sei se, eventualmente, em prol de mais algum zelo de "politicamente correcto", o governo de Zapatero se propõe rever a história de Espanha e ocultar um dos seus feitos: o papel destacado que o Império Espanhol teve na divulgação e promoção do tabaco. Aguardemos, já que o zapaterismo parece não conhecer limites de elementar bom-senso... Mas, queira-se ou não, o tabaco tem sido, efectivamente, fonte e pretexto de arte e cultura e tornou-se um signo de civilização, desde coisas quase transcendentes, como estar associado à inspiração artística, até coisas vulgares, como, por exemplo, ter sido um pretexto para a melhor e mais criativa publicidade. Tem havido muita insensibilidade para isto. Temos um exemplo na infantil norma comunitária que obriga a pespegar tarjas macabras nos maços. Estropeou algo que merece não ser desconsiderado: o design dos maços de tabaco. É caso para nos inquietarmos sobre quanto tempo mais permanecerão imunes as gravuras impressas nas cintas dos charutos puros havanos - elegantes e artísticos elementos identificadores das diferentes marcas, repletas de tradição e pâtine. O certo, é que, por agora, os maços de tabaco já foram vitimados. Apreciá-los, livres de atropelos à sua estética, é já algo que figura no baú das recordações... Na véspera do dia em que a pele do touro vai sofrer uma esfrega puritana, aqui fica, no magnífico design de um maço Camel, uma singela homenagem aos fumadores espanhóis - enfim, não faltará muito para que sejam obrigados a passar à clandestinidade...