sexta-feira, abril 17, 2009

Salsa y merengue (46)

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Willie Colón - Cosa nuestra (1969)
A seguir a Siembra este é o álbum mais aclamado de Willie Colón. É o terceiro e remonta a um tempo em que a composição do seu grupo não estava ainda estabilizada. Mas é música já bem definida, assente em raízes afro-cubanas, com ritmos e metais contundentes, entremeada por boleros. Héctor Lavoe era a voz líder carismática.
O álbum abre com um tema que lhe deu uma popularidade que transcendeu os ghettos hispânicos norte-americanos e Puerto Rico, seus mercados naturais. É Che che colé e, sintomaticamente, tem cariz africano. Contudo, sendo um tema magnífico, talvez não seja o mais valioso. Sucede que Ausencia é um tema especial - um estranho bolero marcado por uma mudança de ritmo que abre caminho para um montuno e um desempenho interpretativo de Héctor Lavoe.
Aqui se demonstra como se pôde atingir precocemente a maturidade artística numa época, aliás, em que o pop/rock multiplicava abundantes exemplos similares. Contudo, o sucesso da novidade sustentada com descaramento e audácia só foi possível porque se vivia um tempo que lhe era receptivo e que se traduzia, por exemplo, em produtores e investidores não menos ousados. As origens da salsa, em Nova York de finais dos anos 60 só podem ser entendidas neste contexto. O título e a capa deste álbum traduzem, aliás, um descaramento desafiante. A figura de gangster mafioso que Willie Colón teimava em representar estava à altura do atrevimento musical que protagonizava, muito embora não deixe adivinhar o tipo de música que vai no conteúdo - era uma capa provocadora como outras de grupos pop/rock então em voga.

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Willie Colón - Che che colé in Cosa nuestra (1969)

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