sábado, novembro 24, 2007

Para siempre boleros! (27)

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Javier Solís, el rey del bolero ranchero (1931 - 1966)
Com Jorge Negrete e Pedro Infante, Javier Solís é um de Los 3 gallos - os três cantores rancheros que desapareceram precocemente no auge da fama. Foram cantores e também actores de cinema, sublinhe-se. Com efeito, nos anos 40, 50 e 60, alcançar tal projecção na cena artística mexicana advinha necessariamente da convergência das duas carreiras.
Solís, teve uma carreira de apenas 10 anos, mas intensa. Apareceu interpretando tangos e boleros rancheros ao estilo de Pedro Infante. Com a morte trágica deste, tornou-se como que o seu natural sucessor, inclusive imitando-o. Porém, rapidamente adquiriu uma marcada identidade, assente nos dotes da sua voz - superiores às de Infante e também às Negrete - e na consolidação do bolero ranchero através do seu registo interpretativo cada vez mais inconfundível. Na verdade, tinha uma voz forte e com timbre original. Nos primeiros anos da década de 60 era o mais importante cantor mexicano e ensaiava, tanto quanto a novíssima onda do rock & roll permitia, uma projecção internacional. Gravou vários discos para a CBS, onde deixou um conjunto de temas de grande qualidade que ficaram para sempre ligados à sua figura, de tal modo que é injusto relembrá-lo só pelos dois que ficaram para sempre como mais emblemáticos: Sombras e Payaso. O primeiro foi o que mais o popularizou, a ponto de um dos seus apodos ter sido El señor de las sombras. Independentemente da qualidade de ambos, o que sucede é que o seu carácter de signo trágico (sonoridade e letra) conjuga com uma história de vida difícil como foi a da sua infância e juventude - abandonado pelo pai e entregue pela mãe a uns tios; obrigado a deixar a escola para trabalhar; curtido, enfim, pela vivência da pobreza suburbana... Ainda por cima, esse signo trágico ficou definitivamente consagrado com o seu súbito desaparecimento, que tem servido, aliás, para alguma especulação.

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