sábado, fevereiro 25, 2006

Tiro ao Alvo (8)


Livro: Harold Bloom - El Canon Occidental (The Western Canon) 1997 (1994)
Harold Bloom arremete contra o relativismo cultural e algumas outras "vacas sagradas" do pensamento politicamente correcto. Confeccionar uma lista de referência para a história da literatura universal e, desde logo, assumir com clareza que tal lista é, obviamente, ocidental é "provocador, heterodoxo, contracorrente" - são estes os termos que constam da apresentação, na contra-capa da edição espanhola (há tradução portuguesa?).
Eis os nomes mais destacados da lista canónica:
Shakespeare (o centro do cânone); Dante; Geoffrey Chaucer; Cervantes; Montaigne; Milton; Goethe; William Wordsworth; Jane Austen; Walt Whitman; Emily Dickinson; Charles Dickens; George Eliot; Leão Tolstoi; Henrik Ibsen; Marcel Proust; James Joyce; Virginia Woolf; Franz Kafka; Jorge Luís Borges; Pablo Neruda; Fernando Pessoa; Samuel Beckett.
É uma obra de um erudito para o grande público. Indispensável.
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Harold Bloom in Stanford PLHA

3 comentários:

Anónimo disse...

A ideia de seleccionar um conjunto de grandes obras culturais que constituam referência, não é inédita. Christiane Zschirnt, filóloga alemã, escreveu em 2002 "Bucher. Alles, was man lesen muss", ou melhor, "Libros - todo lo que hay que leer", na edição espanhola.Esse compêndio, tal como o de Bloom, apenas inclui uma lista de livros ocidentais. Do prefácio de Dietrich Schwanitz, fica a ideia de que os crescentes ataques aos símbolos do "western way of life" colocam de novo a necessidade de reafirmar a identidade cultural do ocidente.Há primeira vista parece haver, em ambos os autores, a mesma preocupação - libertar esses livros do imponente estilo académico e com eles estabelecer um vínculo com o "common reader".O livro está ordenado por temas vários (15). A selecção é feita de acordo com a diversidade da sociedade moderna. Nela encontramos tanto a clássica "Odisseia" como o "Pato Donald", justificando a autora este amplo espectro com a ideia de que "a literatura não é nunca apenas saber cultural". De facto,a partir da leitura é possível estabelecer ligações com as nossas vivências pessoais.
Não foi por esse motivo que os nazis, nos seus esforços de preparação para a guerra, começaram com a destruição em massa dos livros?

TC

Anónimo disse...

Segundo pesquisa no site da BN, existe uma edição portuguesa do livro de Harold Bloom - "O Cânone Ocidental", tradução de Manuel Frias Martins,TEMAS E DEBATES, 1997.

TC

Anónimo disse...

Ainda a propósito de traduções, fiquei à pouco a conhecer mais uma faceta de Bocage. Numa pesquisa bibliográfica ao site da Biblioteca Nacional, tive curiosidade em ver a AGENDA 2006 e dei com a exposição "Eis Bocage". Fui avançando e entrei no seu síte - está lá tudo sobre sobre o poeta. Desde a faceta menos conhecida - a de tradutor - até ao Bocage irreverente. Pelo descrito, é com algum fundamento que o povo lhe tem atribuído episódios cómicos e quase sempre brejeiros.
Vale a pena ir até a www.bn.pt.

TC


Aproveito para fazer uma correcção no 1º comentário: Onde se lê "Há primeira vista...", deve-se ler: "À primeira vista..."!!!!!