domingo, novembro 20, 2005

Salsa y merengue (11)

Albita: No se parece a nada (1995)
Foi de modo invulgar que pela primeira vez ouvi Albita Rodríguez. Em 1997, em matéria de rádio, já praticamente me limitava à rádio espanhola (via satélite). Contudo, um dia de manhã, em casa da minha mãe, onde normalmente preparava as aulas acompanhado pela TV, já não sei por que razão, ela aborreceu-se com A Praça da Alegria (que tanto apreciava) e pediu-me para ligar o rádio. Ficou na Antena 1, num programa que então Joaquim Letria tinha, onde se intercalavam os seus comentários com intervenções de ouvintes e algumas músicas. A minha mãe tomou gosto ao programa e durante alguns dias teimou caprichosamente por esta alternativa à TV. Sucede que Joaquim Letria alardeava uma demagogia e populismo que me eram pouco simpáticos, mas tinha um gosto musical interessante. Assim, manhã após manhã, deu-me a conhecer uma voz salsera feminina que me empolgou e me intrigou. Não descansei enquanto não descobri quem era. Deduzi que só poderia tratar-se de uma edição discográfica de uma multinacional, com distribuição no nosso mercado. Passado uns dias já sabia quem era e, após exímia prospecção, já tinha comprado três CDs dela, incluindo aquele de onde Joaquim Letria sacara alguns temas. O CD era precisamente No se Parece a Nada - uma produção de Miami, chancela Estefan. Vim depois a reunir informações sobre a cantora.
Antes de mais, quando ouvira aquela voz poderosa, imaginei-a no corpo de alguma mulatona cubana. Acertara na proveniência, errara grotescamente no restante. Albita Rodríguez parecia ser... albina! Tudo era de uma extremada lividez na sua aparência física, em flagrante contraste com a textura da sua voz e música. Além disso, tinha um estilo descaradamente andrógeno. Por estas razões poderia ser considerada a imagem mais desconcertante da salsa. O pretérito justifica-se, pois as imagens mais recentes deixam entrever mudanças radicais... (como se pode atestar no seu sítio oficial)
Albita foi em tempos, segundo parece, a artista favorita de Fidel Castro. A sua fuga para Miami deve ter tido, por isso, mais impacto do que a causada pela esmagadora maioria da legião de artistas exilados, desde o tempo em que os barbudos desceram da Sierra Maestra...
Os álbuns de Albita da fase cubana atestam bastante qualidade. Os da fase Miami demonstram vantagens e desvantagens. Os grandes meios muitas vezes não conseguem suprir a falta de alguns atributos genuínos. Contudo, este álbum (o primeiro dessa fase) é muitíssimo bom, composto por uma série de temas salseros muito quentes, entrecortados por um delicioso bolero. A orquestração é espectacular e mais espectacular ainda é a poderosa voz de Albita, a albina mais negra do planeta!
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4 comentários:

Anónimo disse...

20-11....Sao Edmundo....Parabens para voçe...!

Anónimo disse...

¿Conoce usted el fenómeno denominado "Top Manta"?

Anónimo disse...

Cadena 100 de Radio, Domingo, 9 a 11 de la noche.....

Anónimo disse...

Gustou...?