Rubén Blades / Son del solar - Caminando (1991)
No início dos anos 70 o panamenho Rubén Blades encontra-se entre os que em Nova York deram origem ao que se designou como salsa (tradução literal: molho). Uma música intrinsecamente latina, pois baseia-se em ritmos tradicionais, particularmente, de Cuba, Puerto Rico e Santo Domingo (son, bomba, merengue, respectivamente). Contudo, elementos modernos fazem parte do seu código genétco e definiram o seu carácter. Esses elementos vieram sobretudo, do jazz, mas também, em alguma medida, do pop/rock. Em muitas das suas formas mais sofisticadas a salsa é um subgénero do jazz. Por outro lado, uma linha de evolução mais melódica, acabou por originar o que se designa como salsa romántica. Em todo o caso, a salsa mais genuína está a meio caminho das duas tendências e tem em Rubén Blades um dos seus melhores representantes. É, por excelência, o género mais representativo do universo hispânico da área metropolitana de Nova York, onde vivem cerca de três milhões de pessoas de língua espanhola.
Caminando é um dos melhores exemplos da música de Blades. Não teve, ao contrário de dois outros álbuns anteriores (Escenas e Antecedente) o reconhecimento dos grammys latinos, mas é, dentro da carreira de Blades, uma obra de maturidade, onde existe um conjunto de temas poderosos, começando, aliás, pelos dois iniciais (Caminando e Camaleón), fortíssimos, que dão o mote para o resto. A temática é quase exclusivamente de carácter político-social e o ambiente é poderosamente rítmico. Não se pode dissociar Blades de um radicalismo pan-hispano-americano e, mesmo, anti-gringo, sendo, talvez, o seu mais destacado representante nesta área. Aliás, não por acaso, acabou por fundar um partido político no seu país natal e aí concorreu às eleições presidenciais, sendo derrotado, é certo, mas obtendo uma votação expressiva. Que era uma espécie de homem dos sete instrumentos já se sabia, na medida em que, para além da música, sustentava uma carreira cinematográfica, ainda que limitada a papéis secundários. Seja lá como for, o seu talento musical é indiscutível, quer como compositor, quer como intérprete - tem uma voz de timbre metálico muito expressiva.
Caminando é um dos melhores exemplos da música de Blades. Não teve, ao contrário de dois outros álbuns anteriores (Escenas e Antecedente) o reconhecimento dos grammys latinos, mas é, dentro da carreira de Blades, uma obra de maturidade, onde existe um conjunto de temas poderosos, começando, aliás, pelos dois iniciais (Caminando e Camaleón), fortíssimos, que dão o mote para o resto. A temática é quase exclusivamente de carácter político-social e o ambiente é poderosamente rítmico. Não se pode dissociar Blades de um radicalismo pan-hispano-americano e, mesmo, anti-gringo, sendo, talvez, o seu mais destacado representante nesta área. Aliás, não por acaso, acabou por fundar um partido político no seu país natal e aí concorreu às eleições presidenciais, sendo derrotado, é certo, mas obtendo uma votação expressiva. Que era uma espécie de homem dos sete instrumentos já se sabia, na medida em que, para além da música, sustentava uma carreira cinematográfica, ainda que limitada a papéis secundários. Seja lá como for, o seu talento musical é indiscutível, quer como compositor, quer como intérprete - tem uma voz de timbre metálico muito expressiva.
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