sexta-feira, abril 28, 2006

Asturias (7)

Naranjo de Bulnes / Picu Urriellu (2)

Asturias (6)

Naranjo de Bulnes / Picu Urriellu (1)

Asturias (5)

Ribadesella

Asturias (4)

Gijón / Xixón

Asturias (3)



Llan de Cubel - IV (1995)
Dentro do conceito de música tradicional asturiana, o grupo Llan de Cubel deve ser o mais representativo. Este CD é uma boa apresentação da sonoridade asturiana. Sendo uma sonoridade céltica, não se move exclusivamente dentros dos lugares-comuns já tão conhecidos deste género - há uma particular rusticidade que a aproxima do carácter da região. Tudo nos sugere as paisagens de montanhas e pastos verdejantes por entre as brumas... Significativamente os trechos cantados, assim como as notas do encarte estão escritas em asturiano. O mesmo sucede com o sítio oficial do grupo.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Asturias (2)



Astúrias
Região Autónoma: Principado de Asturias (1.079.000 habitantes)
Capital: Oviedo (201.000) / Outras cidades: Gijón (271.000); Avilés (83.000)
Índice Paridades de Poder de Compra: 79,5 (Média UE25 = 100)

O Principado de Asturias é uma região montanhosa e verdejante. Abundam espectaculares paisagens de montanha (Parque Natural de Somiedo; Parque Nacional Picos de Europa) e a costa apresenta também paisagens magníficas. A promoção turistica da região salienta esta condição de "paraíso da natureza", que permite, inclusivamente, a sobrevivência de alguns dos últimos redutos europeus de vida selvagem, como lobos e, note-se, ursos. Porém, o contraste surge, quase paredes-meias com estes paraísos naturais, nas zonas industriais e mineiras do Valle de Caudal (Mieres) e do Valle del Nalón (Langreo, Sotrondio, Laviana). Aí a acção do homem irrompeu do modo mais agressivo para com a natureza e deixou marcas perenes. Apesar de parte destes sectores de actividade terem entrado em decadência, a extracção mineira, a indústria pesada, as lutas operárias e a poluição são ainda elementos marcantes na política, história e geografia asturiana. Estas zonas estão situadas perto do triângulo constituído pelas três maiores cidades da região: Gijón, Oviedo e Avilés. Estas cidades têm abundantes motivos de interesse.
Gijón tem um enquadramento paisagistico favorecido por uma extensa praia e por uma costa recortada. O centro apresenta construções imponentes e recantos de casas tradicionais. É uma cidade que, apesar de industrial, não deixa de ter um aspecto senhorial e airoso.
Oviedo, a capital, tem um rico centro histórico, onde avulta a catedral com uma única torre imponente. Tem artérias repletas de edifícios de bom gosto burguês, assim como amplos parques. Na periferia, junto ao monte Naranco (que domina a cidade), há dois exemplos de pré-românico asturiano: as ermidas de Santa María del Naranco e de San Miguel del Lillo (ambas declaradas Património da Humanidade).
Avilés está longe de se resumir à condição de decadente cidade industrial que acolhe uma siderúrgia que já foi das maiores do mundo. O centro histórico ostenta rico património evocativo das suas raízes medievais. É cidade de carácter.
Os centros históricos destas cidades estão cuidados e integrados na vitalidade urbana. Com efeito, há aí múltiplas ruas pedonais, movimentadas e plenas de actividades de comércio, serviços e lazer.
Toda a região denota personalidade cultural vincada, apesar da língua própria - asturianu, bable ou simplesmente llingua (juntamente com o mirandês, é o que resta do leonês) - ter uma existência quase residual, não deixa de haver empenhados movimentos em sua defesa, incluindo uma Academia. A esta personalidade pode-se aplicar o lugar-comum celticismo, muito embora, convenha não a confudir com a Galiza, não obstante certas semelhanças e contiguidades. A gaita de foles asturiana, a sidra (bebida feita a partir da maçã), os grandes espigueiros quadrados (hórreos asturianos) e a habada (feijoada asturiana) são os seus símbolos. Há em boa parte desta simbologia um sabor rústico e arcaico que denuncia um isolamento geo-histórico e que se pode traduzir numa imagem de Norte Profundo.
Finalmente, é de salientar que é uma região historicamente destacada, quanto mais não seja pelo facto de aqui se ter iniciado a Reconquista num processo que denota continuidade com os tempos visigóticos. Testemunho disso é o original estilo pré-românico, patente em ermidas e outros monumentos religiosos.

terça-feira, abril 25, 2006

Viagens (32): Norte de Itália / Julho - Agosto de 2001 (1)

1º Dia (manhã)
A viagem até Milão fazia escala em Madrid. Na sala de embarque, um exótico exemplar encheu a hora de espera. Mulher enorme, possuída por contumaz verborreia e insolitamente enciclopédica no que a matérias futebolísticas dizia respeito, em particular as referentes ao Sporting. O facto dos seus interlocutores (o marido e o filho adolescente) lhe corresponderem apenas com contida sinalética (esgares e grunhidos ténues), não a dissuadiu do exercício, que se traduzia, por exemplo, em manifestar conhecimentos tão inverosímeis como os resultados das mais ignoradas partidas da Copa América. Tudo isto era feito num tom que chocava estridentemente na sonolência das oito da manhã. Felizmente a verborreia desvaneceu-se logo que foi iniciado o embarque.
Como o céu estava limpo e ia junto a uma janela, lá fui identificando uma após outra as localidades avistadas. Mal dei por mim, estávamos em Barajas, que é enorme – uma babilónia quase com as proporções de Charles de Gaulle, mas sem linhas futuristas. Os anúncios pelo sistema sonoro, lembravam-nos que estávamos em Espanha, quer pelo escorreito castelhano (que, aliás, tão pouco se vai ouvindo no dia a dia espanhol), quer por aquela pronúncia inglesa que só os espanhóis têm. Na verdade falam inglês, submetendo-o com tranquilo desplante ao sotaque castelhano...
No avião que nos levaria a Milão, metade da população era espanhola, metade era italiana, o que se constatava através dos que retiravam da bandeja o El País ou o Corriere della Sera. Continuei a ter a sorte de ir à beira da janela e do céu estar limpo. Vi a imensidade das terras áridas de Teruel até aos limites do Maestrat, na confluência com a Catalunha. Depois, avistei Amposta, o delta do Ebro e daí para diante mar. Imaginei que, como a rota seguia paralela à costa, quem estava junto às janelas do outro lado, teria o privilégio de ver Barcelona…
Depois dos Alpes, a Itália chegou aos meus olhos com os campos da Lombardia, que estendiam-se planos e verdejantes, arrumados geometricamente. Múltiplos povoados concentrados surgiam desse verde. O nítido curso do permitiu-me identificar Piacenza. Aterrámos em Malpenza, um dos dois aeroportos que servem Milão. Fica a, nem mais nem menos, 60 km da cidade!
Já tinha planeado o percurso da viagem. Fizera marcações on-line não só para os hotéis como para o aluguer de automóvel. A primeira coisa a fazer era procurar a Hertz.
O moderno aeroporto faz jus aos méritos do design italiano. Os tons verdes e a visível qualidade dos materiais dão o mote a um estilo sóbrio. É nestes aspectos que a sensibilidade italiana sobressai... Há, como o resto da viagem haveria de confirmar, um natural bom gosto nos cenários comuns da vida quotidiana.
No escritório da Hertz tive a precisa noção de que tinha acabado de entrar no domínio da mais bela das línguas. O meu primeiro diálogo, contudo, processou-se através de um inglês elementar. O carro que nos estava destinado era.... um Ford Ka, aquele ínfimo ovinho!

Cuore matto (2)

As melhores canções italianas (1)
Experimentei fazer uma lista das 10 melhores canções italianas. Depois de muito penar acabei por fazer uma lista de 30:

ANEMA E CORE (ROBERTO MUROLO)
NOSTALGICO SHOW (JULA DE PALMA)
LOVE IN PORTOFINO (DALIDA)
COME PRIMA (TONY DALLARA)
ESTATE (BRUNO MARTINO) 1960

ADDIO ADDIO (DOMENICO MODUGNO) 1962
QUANDO, QUANDO, QUANDO (TONY RENIS) 1962
SAPORE DI SALE (GINO PAOLI) 1963
UNA LACRIMA SUL VISO (BOBBY SOLO) 1964
UN BUCO NELLA SABBIA (MINA) 1964

SE TELEFONANDO (MINA) 1965
HO CAPITO CHE TI AMO (LUIGI TENCO)

CIAO AMORE, CIAO (LUIGI TENCO ) 1967
LA BAMBOLA (PATTY PRAVO) 1968
GRANDE, GRANDE, GRANDE (MINA) 1971

IL MIO CANTO LIBERO (LUCIO BATTISTI) 1972
PAROLE PAROLE (MINA) 1972
UN GRANDE AMORE E NIENTE PIÙ (PEPPINO DI CAPRI) 1973
E POI... (MINA) 1973

BELLA SENZ'ANIMA (RICCARDO COCCIANTE) 1974
IL CONTINENTE DELLE COSE AMATE (ORNELLA VANONI) 1974
PRIME ORE DEL MATTINO (ORNELLA VANONI) 1974
UN MONDO DI PIÙ (ORNELLA VANONI) 1974
L'IMPORTANTE È FINIRE (MINA) 1975
ANCORA, ANCORA, ANCORA (MINA) 1978
MAGICA FOLLIA (MINA) 1982
ROSE SU ROSE (MINA) 1984
I TRENI DI TOZEUR (FRANCO BATTIATO) 1984
UN POMERIGGIO E 1/2 (MILVA) 1986
CHIAMAMI ADESSO (PAOLO CONTE) 1992

sábado, abril 22, 2006

Viagens (31)

Prossigo o inventário de lugares conhecidos através de Astúrias, Cantábria e País Basco. 1ª coluna: classificação - escala de 1 a 10; 2ª coluna: lugar; 3ª coluna: tipo de lugar; 4ª coluna: província.
Astúrias
09 Cangas de Onís (Localidade)
09 Covadonga (Santuário)
08 Gijón (Cidade)
09 Oviedo (Cidade )
10 Picos de Europa: Lagos de Covadonga (Serra)
08 Sierra de Cuera (Serra)
07 Caudal (Vale)
08 Villaviciosa (Localidade)
Cantábria
09 La Hermida (Desfiladeiro)
10 Picos de Europa: Fuente-Dé (Serra)
09 Potes (Localidade)
08 San Vicente de la Barquera (Localidade)
09 La Liébana (Vale / Serra)
País Basco
08 Subijana (Desfiladeiro) Álava
10 San Sebastián (Cidade) Guipúzcoa
08 Bilbao (Cidade) Vizcaya

sexta-feira, abril 21, 2006

Asturias (1)

Asturias - La Mirada del Viento (2006)
Multiplicam-se os documentários de panorâmicas aéreas de Espanha. O rol é cada vez mais extenso: A Vista de Pájaro (toda a Espanha - o pioneiro); Catalunya des del Aire (Catalunha); La Mirada Mágica (País Basco); Terra e Vento (Galiza); Andalucia es de Cine (Andaluzia); Madrid desde el Aire (Comunidade de Madrid); Entre el Cielo y la Tierra (toda a Espanha); Un Paseo por las Nubes (Canárias); Un Paseo por las Nubes (Castilla - La Mancha). O último que acabei de conhecer é este: La Mirada del Viento (Astúrias). Foi distribuido com o jornal diário de maior tiragem de Astúrias, La Nueva España. Não se limita a ser uma colecção de 14 DVDs, com cerca de 45 minutos cada um, pois há também um livro que acompanha cada DVD.
Recém-chegado ao rol, esta colecção também demonstra méritos para se tornar uma referência. Não se trata apenas da privilegiada matéria-prima (as paisagens asturianas) - a qualidade técnica e o conceito são excepcionais. Na verdade, o conceito não varia muito do modelo dominante, só que é superior no detalhe. Este facto manifesta-se na quantidade e natureza das informações transmitidas pela locução, na aproximação das imagens tomadas de helicóptero e na adequada lentidão dos travelings de câmara. Além disso, há também imagens tomadas do solo e no interior de alguns edifícios importantes. Destaque-se ainda a banda sonora musical, de Manuel Pacho. Exclusivamente instrumental e dominada por teclados electrónicos, sugere constantemente tons e ambientes que vulgarmente se convencionaram designar como célticos. Seja como for, é particularmente adequada às paisagens asturianas e evoca eficazmente a música popular da região. Para quem ainda ignora a espectacularidade da "Espanha Verde" esta colecção pode ser o início de uma surpresa.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

quarta-feira, abril 19, 2006

domingo, abril 16, 2006

Geografia íntima (20)

Rua de Belomonte (Freguesia de São Nicolau / Freguesia da Vitória)


Rua de Belomonte (Freguesia de São Nicolau / Freguesia da Vitória)


Igreja da Vitória - vista da Rua dos Pelames (Freguesia da Sé)


Torre dos Clérigos - vista da Vandoma (Freguesia da Sé)


Rua da Bainharia (Freguesia da Sé)


Sé - vista da Rua do Ferraz (Freguesia da Vitória)


Rua da Vitória (Freguesia da Vitória)


Rua da Vitória (Freguesia da Vitória)


Sé - vista da Bataria (Freguesia da Vitória)

Porto - Abril / 2006

quinta-feira, abril 06, 2006

Mediterráneo / Mediterrània (29): Mallorca

Maria del Mar Bonet - Maria del Mar Bonet (Sonet) (1974)

Este é o terceiro álbum de Maria del Mar Bonet. Foi o primeiro gravado para a editora Ariola. Apresenta um distintivo inconfundível: a capa, da autoria do pintor Joan Miró (A edição em CD é mais um exemplo de empobrecimento em relação às edições originais, em vinil). Os velhos LPs eram susceptíveis de complementos artísticos desta natureza - algo que nos anos 70 ocorreu com frequência. Contudo, o contributo de um pintor como Miró era, evidentemente, invulgar (também ocorreu num álbum do cantautor Raimon). Quanto ao conteúdo musical deve-se dizer que não desmerece. Não é um dos melhores álbuns de Maria del Mar Bonet, mas, tendo em conta o elevado nível da primeira metade da sua carreira, dizer que estará na média já é significativo.
É o primeiro álbum que não está dominado pelo folk maiorquino. Impera a canção ligeira de corte clássico, com arranjos cuidados, mas convencionais. Com excepção de um par de temas com letra da própria Maria del Mar Bonet (Vigila el mar e Jo viajava amb tu) todos os demais são construídos sobre poemas de autores maiorquinos da primeira metade do século XX, com destaque para Bartomeu Rosselló-Pòrcel. Notável é também a participação do cantautor madrileno Hilario Camacho que é o compositor de todas músicas, com excepção de Desolació. Este facto ainda é mais notável se se tiver em conta que nunca foi muito expressiva a colaboração de nomes estranhos à catalanofonia no universo da nova cançó. Há um tema dedicado a Sóller - uma melodia construída sobre um poema de Rosselló-Pòrcel que consegue sugerir impressivamente o ambiente do vale, impregnado de aroma de laranjais e de uma lânguida doçura de vida provinciana. O mais destacado é, porém, Vigila el mar, que foi, talvez, uma das canções cantadas em catalão que mais projecção teve em toda a Espanha. Não deixa de ser uma melodia simples (embora bem construída e magnificamente arranjada), sobre uma pobre letra de lirismo ecológico vulgar... Na verdade, uma boa parte do segredo reside num elemento óbvio: a voz de Maria del Mar Bonet.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Audio Sampler El Corte Inglès Música

Amics de Maria del Mar Bonet

Maria del Mar Bonet in Eye for Talent

Maria del Mar Bonet in Trovadores

terça-feira, abril 04, 2006

Dancing Days (12)

Pino d'Angiò - Una notte maledetta (1999) (1983+1986)

No início dos anos 80 o disco sound estava em declínio. Contudo, uma refrescante novidade começava a surgir: o italo-disco. Ou seja, nova música de discoteca produzida em Itália. Um dos pioneiros foi Pino d'Angiò, de Pompeia, província de Nápoles (não confundir com o também napolitano Pino Daniele), cujo verdadeiro nome era Giuseppe Chierchia. Com Ma quale idea (1979) estoirou nos tops europeus. Era uma erupção de funky rap à italiana, onde pontificava uma voz e pose de macho latino. Fez furor. Porém, não abandonando este registo, em 1983 tem um álbum verdadeiramente interessante, Evelonpappa, evelonmamma. Aí encontram-se temas sugestivos e originais. Um deles é Mani in alto, que tem uma letra delirante, que consiste no relato, na primeira pessoa (o delinquente), de um assalto a um banco, a sua fuga, o acidente mortal, a tumultuosa chegada às portas do paraíso, as objecções de São Pedro e o subsequente caos violento que aí se instala. Jamais alguém se lembrou de pôr uma coisa assim como letra de música, ainda por cima numa batida forte. Comercialmente, ao contrário de Ma quale idea, esteve aquém das expectativas - era demasiado sofisticado para o seu público.
Não mais tive notícias de Pino d'Angiò até uma recente reaparição... como participante numa curiosa variante de Big brother, Esta cocina es un infierno. da espanhola Tele 5. A imagem que me aparece é ilustrativa de uma largo hiato... Enfim, tudo indica que, pelo menos em termos estritamente musicais, foi um cometa efémero de uma música já de si efémera. Seja como for, em 1999 uma ignota editora milanesa fez uma edição em CD, onde juntou Evelonpappa, evelonmamma e um outro álbum de 1986. Como título pegou no de uma das melhores canções do primeiro, Una notte maledetta. À distância de mais de 20 anos as virtualidades de Pino d'Angiò ressaltam ainda mais, sobretudo se comparadas com o italo rap de Jovanotti e os enjoativos produtos mais comuns com que desde então para cá a cena pop/rock italiana nos tem brindado (Zucchero, Ramazzotti...).

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Web: Pino d'Angiò



Viagens (29): Mallorca / 2005 (1)

Sóller
Em meados de Agosto passado estive com o meu filho em Mallorca. Entrecortando a estadia em Palma, desloquei-me durante um dia à cidadezinha de Sóller, incrustada na Serra de Alfàbia (Tramuntana), no noroeste da ilha.
Há muito tempo que tinha curiosidade em ir a Mallorca e, em particular, a esse destino específico. Sucede que tenho no meu quarto duas sugestivas gravuras de Sóller, uma das quais apresentando uma vista a partir de um plano semelhante ao da primeira foto. Eram do meu pai, o qual, no início dos anos 50 aí esteve de férias. Descreveu-me várias vezes os encantos desse lugar, assim como de um lugar próximo, Valldemossa, onde Chopin passou uma temporada na companhia de George Sand. Fui num velho comboio, mantido com finalidades turísticas e que se conserva praticamente como nos tempos em que o meu pai o conheceu (segunda foto). Os atractivos do passeio começaram precisamente neste simpático meio de transporte - um arcaismo que, além do mais, proporciona paisagens atraentes. Tanto na ida como na vinda ia cheio - tudo turistas, a grande maioria alemães, os quais, diga-se de passagem, têm na ilha uma presença massiva. Dir-se-ia que para reforçar o sabor
retro, a composição saiu de Palma com o atraso de mais de uma hora, por avaria... (Continua)
Página Web Ferrocarril de Sóller
Página Web Ajuntament de Sóller

segunda-feira, abril 03, 2006

Viagens (28)

Área Metropolitana de Lisboa
Prossigo a apreciação dos lugares que conheço em Portugal.
1ª coluna:
classificação - escala de 1 a 10; 2ª coluna: lugar; 3ª coluna: tipo de lugar.
Lisboa
05 A-da-Beja (Localidade)
06 Alcabideche (Subúrbio)
07 Algés (Subúrbio)
05 Alverca do Ribatejo (Subúrbio)
06 Amadora (Subúrbio)
06 Barcarena (Localidade)
06 Belas (Localidade)
01 Brandoa (Subúrbio)
06 Bucelas (Localidade)
03 Cacém (Subúrbio)
06 Caneças (Subúrbio)
01 Carenque (Subúrbio)
06 Carnaxide (Subúrbio)
02 Casal de Cambra (Subúrbio)
08 Caxias (Subúrbio)
09 Colares (Localidade)
09 Costa do Estoril (Costa)
08 Costa Praia Grande - Ericeira (Costa)
09 Dafundo / Cruz Quebrada (Subúrbio)
02 Damaia (Subúrbio)
09 Estoril / Cascais (Cidade)
10 Guincho (Costa)
07 Linda-a-Velha (Subúrbio)
09 Lisboa (Cidade)
07 Lourel (Localidade)
06 Loures (Localidade)
06 Malveira (Localidade)
08 Malveira da Serra (Localidade)
04 Massamá / Queluz Ocidental (Subúrbio)
07 Mem Martins (Subúrbio)
03 Mira-Sintra (Subúrbio)
04 Moscavide (Subúrbio)
04 Odivelas (Subúrbio)
07 Oeiras (Subúrbio)
08 Paço d'Arcos (Subúrbio)
08 Parede / Carcavelos (Cidade)
06 Pero Pinheiro (Localidade)
04 Porto Salvo (Subúrbio)
05 Queluz (Subúrbio)
04 Queluz de Baixo (Subúrbio)
05 Rio de Mouro (Subúrbio)
04 Sacavém (Subúrbio)
04 São Domingos de Rana (Subúrbio)
10 Serra de Sintra (Serra)
10 Sintra (Cidade)
07 Vale de Lobos / Sabugo (Localidade)
07 Vila Franca de Xira (Localidade)
08 Alcochete (Localidade)
Setúbal
07 Almada (Subúrbio)
05 Amora / Fogueteiro (Subúrbio)
03 Baixa da Banheira (Subúrbio)
07 Barreiro (Cidade)
04 Charneca da Caparica (Localidade)
05 Corroios (Subúrbio)
07 Costa da Caparica (Localidade / Praia)
05 Cova da Piedade (Subúrbio)
07 Feijó (Subúrbio)
05 Laranjeiro (Subúrbio)
04 Monte da Caparica (Subúrbio)
07 Montijo (Cidade)l
04 Quinta do Conde (Localidade)
07 Seixal (Localidade)
05 Trafaria (Localidade)

Il bel paese (1)

Lago Maggiore
Eram assim os folhetos turísticos na era anterior ao turismo de massas, quando só os ricos se poderiam dar ao luxo de viajar. O Lago Maggiore é sublime. Percorri-o nos finais de Julho de 2001 desde Sesto Calende a Locarno, na Suiça. Em Stresa, a meio do percurso, fiquei num pequeno hotel sobranceiro ao lago. A famosa canção de Mort Schuman, Lac Majeur, faz-lhe jus.

Le Lac Majeur


Il neige sur le lac Majeur
Les oiseaux-lyre sont en pleurs
Et le pauvre vin italien
S'est habillé de paille pour rien ...
Des enfants crient de bonheur
Et ils répandent la terreur
En glissades et bombardements
C'est de leur âge et de leur temps
J'ai tout oublié du bonheur
Il neige sur le lac Majeur
J'ai tout oublié du bonheur
Il neige sur le lac Majeur
Voilà de nouveaux gladiateurs
Et on dit que le cirque meurt
Et le pauvre sang italien
Coule beaucoup et pour rien...
Il neige sur le lac Majeur
Les oiseaux-lyre sont en pleurs
J'entends comme un moteur
C'est le bateau de cinq heures
J'ai tout oublié du bonheur
Il neige sur le lac Majeur
J'ai tout oublié du bonheur
Il neige sur le lac Majeur
Mort Schuman

Cuore matto (1)

Em 1967, no Festival de San Remo, Little Tony interpreta Cuore Matto (Coração Louco). Com o seu cabelo abrilhantinado, estilo Elvis, com a sua pose arrebatada, estava em ruptura com os modelos de crooner ou de tenor ligeiro já decadentes. Era um urlatore, designação que se atribuía, com desconfiança, aos jovens artistas com influências do rock & roll. Contudo, quem ganha essa edição é Claudio Villa, com Non pensare a me. Estalou polémica. Villa já era, para os padrões da época, um canastrão, mais alinhado com os esteriótipos dos anos 50. Mas, dessa música vencedora já ninguém se lembra, o mesmo não se pode dizer de Cuore Matto, resgatada, segundo parece, no último filme de Almodóvar.
Eis aqui o seu texto:

Un cuore matto che ti segue ancora
giorno e notte pensa solo a te,
e non riesco a fargli mai a capire
che tu vuoi bene a un altro e non a me.
Un cuore matto, matto da legare,
che crede ancora che tu pensi a me,
non è convinto che sei andata via,
che m'hai lasciato e non ritornerai...
Digli la veritàe forse capirà;
perché la veritàtu non l'hai detta mai...
Un cuore matto che ti vuole bene
e ti perdona tutto quel che fai,
ma prima o poi tu sai che guarirà,
lo perderai, così lo perderai...
Un cuore matto, matto da legare...

É através da brisa da Riviera Ligure, entre San Remo e Portofino, por entre um certo glamour latino, um pouco ao estilo anúncio Martini, que esta rubrica Cuore Matto se propõe evocar os tempos áureos da canção italiana. Entre tantos artistas cujo esplendor esmoreceu há muito, apagados os flashes dos paparazzi, desvanecidos os faustos das produções da RAI (a preto e branco... ) de Sabbato Sera e Mille Luce, duas lendas, entretanto, persistem vivas: Mina e Ornella Vanoni - as duas grandes senhoras da canção italiana. Cada uma à sua maneira, através de uma longa carreira, mostra-nos que, afinal, esse tempo não morreu de todo...
Mas, a predisposição para desenvolver esta rubrica será, sobretudo, um pretexto para apontamentos pessoais e variados sobre Itália...