4º Dia – 7 de Abril (Sábado)(tarde/noite)
Oviedo é uma cidade agradável. No centro abundam edifícios de boa arquitectura em torno de uma grande parque, de aspecto cuidado. Tem um ar burguês, que contrasta um pouco com o carácter mais industrial de Gijón. Pertence à classe de cidades com El Corte Inglês e foi precisamente aí, no restaurante instalado no último piso, onde almocei como recurso expedito de viajante esfomeado. À saída, debaixo de chuva, ainda pude ver a torre da catedral e ao longe o novo estádio de futebol, que tinha sido inaugurado há poucos meses.
Eram quatro da tarde quando saí em direcção a León, pela auto-estrada. Despedi-me das Asturias, avistando a cidade mineira de Mieres. Lembrei-me das tradições de luta do operariado asturiano, da repressão da revolta de início dos anos 30, onde Franco fez o seu tirocínio para caudillo. A auto-estrada, na sua passagem pela cordilheira cantábrica, passa sob túneis e mais túneis, um dos quais com cinco quilómetros. Do lado de lá, a paisagem mostrou-se bem mais austera, menos verde e... sem chuva alguma. Estava de novo na meseta, em Castílla y León, Província de León.
À chegada à cidade de León, deparei-me com um estádio de futebol prestes a ser inaugurado. Aqui jogará a Cutural Leonesa, que ad eternum agoniza na Segunda B. Ao lado havia um moderno Palácio de Deportes. Certamente que os êxitos do desporto espanhol em várias frentes não podem ser dissociados desta fartura em infra-estruturas.
León é uma cidade admirável, não só pela sua conhecida catedral gótica, mas também pelo Hostal de San Marcos, que albergava os peregrinos rumo a Compostela e cuja fachada constitui um exemplo de plateresco, assim como pela Casa de Botines, de Gaudi (das poucas coisas que fez fora da Catalunha). É admirável também pelo seu ambiente global, desde o carácter do centro histórico até à elegância burguesa dos bairros do centro. Além disso, não é grande, mas, tampouco se pode considerar muito pequena - tem, digamos, o tamanho ideal (150.000 habitantes).
Deixei o carro num parque subterrâneo em pleno centro e por quatro horas paguei apenas 300 pesetas Não era uma novidade – em muitas coisas quotidianas os preços em Espanha são mais baixos. Por exemplo, nos supermercados, de um modo geral, os preços são mais baixos. Em Oviedo, antes de partir, entrei num pequeno supermercado, para comprar uma garrafa de água de litro e meio e paguei apenas 35 pesetas! Mesmo nos restaurantes, onde a tendência geral é para se pagar mais do que cá, não é de todo impossível encontrar exemplos contrários. Arrumado o carro, percorri várias ruas para peões, repletas de gente animada, apesar do frio. Apreciei a fachada da Catedral - a essa hora já não se podia entrar. Andei depois, ao acaso, por ruelas estreitas. Inesperadamente, acabei por ter o privilégio de presenciar uma procissão de Semana Santa. As trombetas e tambores anunciaram o desfile das confrarias com os seus respectivos andores. Fazia lembrar as procissões andaluzas, embora com menos esmero e aparato. Os confrades desfilaram com os seus capuzes bicudos e os costaleros sustentavam os andores, com uma abnegação teatral. Havia um ambiente misto de trágico e festivo. Entre os confrades figuravam algumas crianças e havia até uma confraria de mulheres! Em certos momentos o “público” batia palmas e animava os “penitentes”. Passou a procissão, mas a multidão continuava pelas ruas. Tapeava-se (petiscava-se) nas barras (balcões); enfiavam-se moedas nas omnipresentes máquinas de jogo, as tão populares tragaperras. Já passava das dez da noite, começava-se a cenar (jantar).
Eram quatro da tarde quando saí em direcção a León, pela auto-estrada. Despedi-me das Asturias, avistando a cidade mineira de Mieres. Lembrei-me das tradições de luta do operariado asturiano, da repressão da revolta de início dos anos 30, onde Franco fez o seu tirocínio para caudillo. A auto-estrada, na sua passagem pela cordilheira cantábrica, passa sob túneis e mais túneis, um dos quais com cinco quilómetros. Do lado de lá, a paisagem mostrou-se bem mais austera, menos verde e... sem chuva alguma. Estava de novo na meseta, em Castílla y León, Província de León.
À chegada à cidade de León, deparei-me com um estádio de futebol prestes a ser inaugurado. Aqui jogará a Cutural Leonesa, que ad eternum agoniza na Segunda B. Ao lado havia um moderno Palácio de Deportes. Certamente que os êxitos do desporto espanhol em várias frentes não podem ser dissociados desta fartura em infra-estruturas.
León é uma cidade admirável, não só pela sua conhecida catedral gótica, mas também pelo Hostal de San Marcos, que albergava os peregrinos rumo a Compostela e cuja fachada constitui um exemplo de plateresco, assim como pela Casa de Botines, de Gaudi (das poucas coisas que fez fora da Catalunha). É admirável também pelo seu ambiente global, desde o carácter do centro histórico até à elegância burguesa dos bairros do centro. Além disso, não é grande, mas, tampouco se pode considerar muito pequena - tem, digamos, o tamanho ideal (150.000 habitantes).
Deixei o carro num parque subterrâneo em pleno centro e por quatro horas paguei apenas 300 pesetas Não era uma novidade – em muitas coisas quotidianas os preços em Espanha são mais baixos. Por exemplo, nos supermercados, de um modo geral, os preços são mais baixos. Em Oviedo, antes de partir, entrei num pequeno supermercado, para comprar uma garrafa de água de litro e meio e paguei apenas 35 pesetas! Mesmo nos restaurantes, onde a tendência geral é para se pagar mais do que cá, não é de todo impossível encontrar exemplos contrários. Arrumado o carro, percorri várias ruas para peões, repletas de gente animada, apesar do frio. Apreciei a fachada da Catedral - a essa hora já não se podia entrar. Andei depois, ao acaso, por ruelas estreitas. Inesperadamente, acabei por ter o privilégio de presenciar uma procissão de Semana Santa. As trombetas e tambores anunciaram o desfile das confrarias com os seus respectivos andores. Fazia lembrar as procissões andaluzas, embora com menos esmero e aparato. Os confrades desfilaram com os seus capuzes bicudos e os costaleros sustentavam os andores, com uma abnegação teatral. Havia um ambiente misto de trágico e festivo. Entre os confrades figuravam algumas crianças e havia até uma confraria de mulheres! Em certos momentos o “público” batia palmas e animava os “penitentes”. Passou a procissão, mas a multidão continuava pelas ruas. Tapeava-se (petiscava-se) nas barras (balcões); enfiavam-se moedas nas omnipresentes máquinas de jogo, as tão populares tragaperras. Já passava das dez da noite, começava-se a cenar (jantar).
5 comentários:
Las máquinas tragaperras con la musiquilla de "El coche fantástico".....
Las silenciosas cafeterias portuguesas; los ruidosos bares españoles....
Dentro de poco, El Corte Ingles en Salamanca.
Aguas minerales españolas destacadas : Cabreiroá, Verin, Orense; Calabor, Zamora.
Bares silenciosos en Vascongadas (Blog Santos da Casa)
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