Salmarina - Filigrana (1993)
O que valoriza as sevillanas de Salmarina, para além de qualidade vocal, tem sido a qualidade dos produtores. Primeiro os irmãos Muñoz e Évoras, seus conterrâneos. Depois, com Manuel Ruíz Queco. Este cordovês, sempre próximo do seu compadre Vicente Amigo, esteve nos anos 80 e 90 em muito do que inovador foi surgindo no universo flamenco, através de experiências fusionistas que foram desde as fronteiras do rock até aos domínios mais comerciais - foi, por exemplo, produtor de Las Ketchup e autor do seu êxito Aserejé. Note-se que tem sido não só produtor como também guitarrista e cantor. Neste caso interessa-nos como produtor, já que a qualidade de arranjos e direcção artística patenteada no álbum aqui em apreço constitui como que um paradigma de qualidade em termos de sevillanas. Na senda do que havia sido feito por Muñoz e Évoras, Queco conduz Salmarina a um conceito de sevillanas com fronteiras totalmente esbatidas em relação ao flamenco e com uma estética comum a muitas formas de nuevo flamenco. Impera o acústico. As guitarras, o cajón, o baixo e aqui e ali a flauta envolvem com suavidade as vozes sempre vibrantes do trio de Sanlúcar. Finalmente, a qualidade das composições, em boa parte da autoria de Queco, está muito acima do estereótipo do género e é ainda um factor mais decisivo que tudo o resto, que já não é pouco.
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Sal Marina - La luz del entedimiento in Filigrana (1993)
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