segunda-feira, maio 05, 2008

Mediterráneo / Mediterrània (50): Catalunya

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Joan Manuel Serrat - Cançons tradicionals (1967)
Tinha Serrat 24 anos quando publicou esta álbum, o segundo da sua carreira; contudo, já era uma figura de impacto na cena musical catalã. Integrava a vaga fundadora e era uma das figuras de proa da nova cançó. No ano seguinte, em 1968, causou sensações contraditórias: por um lado, quebrou como que uma regra implícita e começou a cantar em castelhano; por outro, renunciou com estrépito à intérpretação da canção La, la, la, no Festival da Eurovisão, por não lhe ter sido dada autorização para a cantar em catalão. Esta atitude corajosa não impediu os zelotas do catalanismo de encarar a opção pelo bilinguismo como uma traição. Contudo, era uma opção compreensível - a sua mãe, aragonesa, era de língua castelhana, e seu pai, de origem autóctone, era de língua catalã. Era também bilingue a realidade que o rodeava no popular bairro barcelonês de Poble Sec, onde afluíam emigrantes aragoneses, murcianos, andaluzes.
Nas vésperas destas polémicas, este álbum constitui como que uma serena proclamação de acrisolado amor à Catalunha, através de algumas das suas mais emblemáticas canções tradicionais. São, na maior parte dos casos, de recorte bucólico e extravasando referências de vetusta catalanidade, incrustadas numa secular história de agravos e ressentimentos. Estão magnificamente orquestradas e servidas por uma voz adequadamente melancólica. Enfim, é um belo álbum conceptual e de referência.
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Joan Manuel Serrat - L'estudiant de Vic in Cançons tradicionals (1967)

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