quinta-feira, agosto 23, 2007

Viagens (54): Barcelona, Girona, Figueres e Montserrat / 2007 (1)



Festa Major de la Vila de Gràcia - X Trobada Castellera 19/08/2007 (1)
Na minha recente estadia na capital catalã (a quinta) procurei ver coisas que há muito aguardava ter oportunidade de ver. Uma delas era assistir a uma diada castellera - jornada de torres humanas tradicionais, à maneira catalã. Admitia, para tanto, deslocar-me no domingo, 19 de Agosto, a Tarragona, onde, por motivo das celebrações de Sant Magí, havia uma diada castellera na Praça da Catedral. A cidade está numa zona castellera, onde estão implantadas as collas (grupos de castellers) mais famosas. Com efeito, é, sobretudo, nas comarcas meridionais da província de Barcelona (Alt Penedès) e setentrionais da província de Tarragona (Alt Camp) que os castellers gozam de popularidade, havendo competições regulares e assanhadas rivalidades. Porém, dificuldades de vária ordem levaram-me a optar por uma jornada bem mais modesta, levada a cabo nesse mesmo domingo em Barcelona, no bairro de Gràcia, por motivo da celebração da Festa Major local. A miserável climatologia deste verão atípico fez das suas... Choveu (e trovejou) intensamente. A jornada começou tardiamente e acabou por se realizar sem o brilho que merecia. Participaram três grupos: um, local - Castellers de la Vila de Gràcia; dois, forasteiros - Xicots de Vilafranca e a Colla Vella del Xiquets de Valls. Aqui ficam uns clips que ilustram um pouco do que aconteceu. De notar que existe uma técnica que tem vindo a passar de geração em geração, envolvendo as crianças (la canalla), as quais, aliás, têm um papel de destaque, já que as partes mais altas dos castells são construídas por elas, dada a sua ligeireza e destreza. É, enfim, uma tradição característica da força da cultura popular catalã.

Web: página oficial


1 comentário:

Anónimo disse...

Curiosa essa tradição, que insiste em permanecer.
Mas Barcelona vive de mais. É impressionante a dinâmica cultural, principalmente desde os Jogos Olímpicos de 92 e que se tem alargado ao resto da Catalunha. Quem tenha lido – como eu li – o suplemento do La Vanguardia, de 29 de Agosto, não deixa de se espantar (ou não...) com esta autêntica máquina cultural que se desdobra em iniciativas. De entre as mais emblemáticas estão o Museu Nacional de Arte da Catalunha, o Centro de Cultura Contemporânea de Barcelona, o Museu de Arte Contemporânea, a Cosmocaixa – apresentado como “el hogar de la ciencia”.
Referia-se, também, o tal suplemento à “revolução silenciosa de las bibliotecas”, dando conta, entre outras tantas, da nova biblioteca central Jaume Fuster, do distrito de Gràcia. E como “cidade-leitora”, tem em marcha vários programas: Letra pequena – orientado para o público infantil; La aventura de leer, programa de promoção da leitura para o público adulto; Atrapa la palavra – tallere de criação literária, dirigido tanto para formas convencionais de narração, como para a criação de blogs.
Festivais , como o Sónar, o maior de música electrónica, ou o Loop, de vídeoarte, desenvolvem conteúdos de vanguarda.
Picasso, que viveu alguns anos na cidade, dela dizia frequentemente: “Allí es donde empezó todo – allí es donde entendi hasta donde podia llegar”.E Barcelona comemora este ano o 125º aniversário do nascimento de Picasso.
Enfim, uma cidade para todos os gostos...

TC