Isaac Hayes - Black Moses (1971)
Estava Isaac Hayes no seu apogeu, logo após a edição da banda sonora de Shaft quando saíu este duplo álbum. É megalómeno! O delírio começa, desde logo, na apresentação. Com efeito, o duplo LP original ficou na história da art cover. Depois de sucessivamente desdobrado (da operação resultava uma enorme foto em formato de cruz), aparecia-nos Isaac Hayes (quase em tamanho natural) como uma réplica de Moisés, em teatrais vestes e cenário bíblicos... A megalomania é extensível à produção. Nunca uma gravação sua teve roupagens orquestrais de tão grande pompa! A Stax não se fez rogada em lhe proporcionar meios de uma super estrela e, aliás, a própria editora parece ter-se engalanado num desmedido triunfalismo ao levar a cabo, nessa mesma época, um evento como foi Wattstax (uma espécie réplica de Woodstock para a América Negra, em Los Angeles - onde, diga-se já agora, Isaac Hayes teve uma actuação destacada).
Significativamente, a unânimidade da crítica desfez-se perante Black Moses. A verdade é que o estado de graça perdeu-se... E, no entanto, é uma obra magnífica. Desigual, desproporcionada, mas, magnífica. Algumas das mais brilhantes pérolas da sua lavra estão aqui: Never can say good-bye (grande êxito, mesmo antes da ultra-famosa versão disco de Gloria Gaynor); Never gonna give you up (recriação de um tema de Jerry Butler); Help me love; Your love is so dogonne good; I'll never fall in love again (recriação do standard de David / Bacharach, popularizado por Dionne Warwick). Há também muitos raps, ao seu genuíno estilo. Aparecem numerados (Ike's rap I, Ike's rap IV...) e introduzem da melhor forma algumas das mencionadas pérolas, ajudando a criar uma atmosfera especial ...
Nota: Há uma edição digipack remasterizada deste álbum, da editora alemã Zyx, a qual apesar de conter a versão extensa de Never gonna give you up (não disponível no álbum original, nem na primeira reedição em CD), está amputada de alguns dos melhores temas.
Significativamente, a unânimidade da crítica desfez-se perante Black Moses. A verdade é que o estado de graça perdeu-se... E, no entanto, é uma obra magnífica. Desigual, desproporcionada, mas, magnífica. Algumas das mais brilhantes pérolas da sua lavra estão aqui: Never can say good-bye (grande êxito, mesmo antes da ultra-famosa versão disco de Gloria Gaynor); Never gonna give you up (recriação de um tema de Jerry Butler); Help me love; Your love is so dogonne good; I'll never fall in love again (recriação do standard de David / Bacharach, popularizado por Dionne Warwick). Há também muitos raps, ao seu genuíno estilo. Aparecem numerados (Ike's rap I, Ike's rap IV...) e introduzem da melhor forma algumas das mencionadas pérolas, ajudando a criar uma atmosfera especial ...
Nota: Há uma edição digipack remasterizada deste álbum, da editora alemã Zyx, a qual apesar de conter a versão extensa de Never gonna give you up (não disponível no álbum original, nem na primeira reedição em CD), está amputada de alguns dos melhores temas.
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Isaac Hayes - Never gonna give you up in Black Moses (1971)
1 comentário:
"Never gonna give you up": é interessante ver como este é um título de temas cantados por vários autores e artistas. É o caso dos interpretados por Rick Astley, Lisa Stansfield, Barry White... este último ainda com mais enfâse - "Never, Never, give you up"... O que interpreta Isaac Hayes (e que não conhecia) é o mais longo e também o mais expressivo. Quanto à escolha de um título como "Never gonna give you up", será, certamente, porque é daquelas frases que melhor reafirmam um sentimento, não deixando margem para dúvidas...
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