Peñafiel
No leste da província de Valladolid, junto ao Rio Duratón, muito próximo da sua confluência como o Duero (o nosso Douro) está Peñafiel. A sua presença anuncia-se ao longe pela silhueta do seu imponente castelo. Vindo de Cuéllar por uma estrada secundária, em obras, a aproximação acabou por ser demorada. Numa das retenções pude avistar o castelo quando ainda estava a cerca de dez quilómetros. Castela faz mesmo jus ao nome pela profusão de castelos que ostenta, mas este, o de Peñafiel, não é um castelo qualquer. Não é só pela sua grandeza, mas também pela sua traça longuilínea em forma de barco veleiro. Este seu carácter distinto foi reforçado pela instalação no interior de um Museu do Vinho. Na verdade, toda esta região da Ribera del Duero é terra de vinho. O curso do Douro parece que caprichou em proporcionar a grande parte das terras ribeirinhas as benesses de Baco... Se do lado português são por demais conhecidas as credenciais vinícolas, atestadas pelos melhores vinhos finos do mundo (o Vinho do Porto, é claro!) e por alguns dos melhores vinhos de mesa de Portugal, a verdade é que do lado castelhano temos alguns dos mais credenciados vinhos de mesa do mundo (Vega Sicilia, Rueda, etc...).
Não subi ao castelo. O calor era insuportável e, depois de ter almoçado em expedita modalidade de tapeo de barra (tapas ao balcão) cirandei por castiças ruelas desertas (hora de siesta com calor tórrido...) em busca do famoso Coso. Os cosos são praças com características peculiares. A sua configuração está especificamente adaptada a espectáculos taurinos, ou seja à função de arena de lide. Muitos são plazas mayores. Portanto, a adaptação ou concepção de raíz para arena fez-se muitas vezes em acumulação com as tradicionais funções de forum cívico. Contudo, vulgares plazas mayores não deixaram de cumprir episodicamente a função de arena, sem chegarem a ser formalmente cosos. Convém saber que esta prática não foi exclusivamente castelhana. Em Lisboa, por exemplo, o Terreiro do Paço cumpriu muitas vezes a função de arena para espectáculos tauromáquicos. Aliás, a grande maioria das praças de touros, propriamente ditas, só apareceram na segunda metade do século XIX. A partir de então os cosos perdem importância como arena, a ponto de muitos se transfigurarem. Mesmo assim, conservam-se bastantes, sobretudo em localidades pequenas. O coso de Peñafiel é, provavelmente o mais espectacular, com casas de arquitectura genuinamente castelhana, perfeitamente restauradas.
Não subi ao castelo. O calor era insuportável e, depois de ter almoçado em expedita modalidade de tapeo de barra (tapas ao balcão) cirandei por castiças ruelas desertas (hora de siesta com calor tórrido...) em busca do famoso Coso. Os cosos são praças com características peculiares. A sua configuração está especificamente adaptada a espectáculos taurinos, ou seja à função de arena de lide. Muitos são plazas mayores. Portanto, a adaptação ou concepção de raíz para arena fez-se muitas vezes em acumulação com as tradicionais funções de forum cívico. Contudo, vulgares plazas mayores não deixaram de cumprir episodicamente a função de arena, sem chegarem a ser formalmente cosos. Convém saber que esta prática não foi exclusivamente castelhana. Em Lisboa, por exemplo, o Terreiro do Paço cumpriu muitas vezes a função de arena para espectáculos tauromáquicos. Aliás, a grande maioria das praças de touros, propriamente ditas, só apareceram na segunda metade do século XIX. A partir de então os cosos perdem importância como arena, a ponto de muitos se transfigurarem. Mesmo assim, conservam-se bastantes, sobretudo em localidades pequenas. O coso de Peñafiel é, provavelmente o mais espectacular, com casas de arquitectura genuinamente castelhana, perfeitamente restauradas.
1 comentário:
Don Rafael Peñafiel, hombre cabal
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