Camilo José Cela - Mazurca para dois mortos (1983)
Camilo José Cela (Iria Flavia, A Coruña, 1916 - Madrid, 2002) é o escritor mais consagrado das modernas letras espanholas (Prémio Nobel em 1989). Foi representante por excelência de algo bem castelhano - o tremendismo. É um realismo radical (com particular atracção pelo sórdido e brutal) que, no caso deste escritor, foi servido por um crescente experimentalismo na direcção de um neo-barroquismo modernista. Contudo, esta inserção num género tipicamente castelhano (filiado nas tradições da novela picaresca) não nos deve fazer ignorar que era filho de mãe inglesa e pai galego. Cresceu na Galiza rural e este pano de fundo aflora com impacto em muitos dos seus romances.
Em Mazurca para dos muertos predomina um ambiente rural que se revela particularmente manhoso, violento e desbragado. Sucedem-se as peripécias grotescas que nos são servidas por uma escrita que denota ironia e humor cruel. Essa Galiza rural, labrega, quase selvagem, emerge assim brutalmente desse brando manto de bruma e chuva miudiña... Algo sempre me seduziu em Cela: a sua arrogante truculência era completamente alheia aos convencionalismos, nomeadamente o nauseante moralismo do politicamente correcto. Esse carácter transparece nos seus romances.
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8 comentários:
Ironía a la gallega...la de Gonzalo Torrente Ballester...." Filomeno a mi pesar", "El Rey pasmado".Ironía a la gallega...El blog Crónicas Barbaras de Manuel Molares do Val...!
El libro preferido por los forenses, porque existe la descripcion de una autopsia
É por esta novela e por "La Colmena" - a única que li deste autor - que Cela é um Nobel... Em "La Colmena" faz intervir mais de duzentas personagens na Madrid do primeiro pós-guerra. "La Colmena" é Madrid onde tudo acontece e onde cada um tem uma individualidade bem marcada. A grande conclusão é a de que a vida continua, mesmo em tempos adversos.
Del estilo "O acomodador e outras narraciós", de Marcial Suarez.
El recio tremendismo de Cela.
Fallecio Alonso Zamora Vicente
La saga/fuga de J.b., panico de 1907
¿El libro preferido de Mariela Rubio?
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