quarta-feira, abril 25, 2007

Sertão e Nordeste (2)

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Alceu Valença - Cavalo de pau (1982)
Este álbum, Cavalo de pau, de 1982, juntamente com Anjo avesso, do ano seguinte, assinala a afirmação de Alceu Valença na cena artística brasileira. Esta fase continua a ser a mais representativa do ideal de fusão do rock com os ritmos nordestinos. É certo que na década de 90 lançou álbuns de uma qualidade que não é inferior (para mim os dois melhores são mesmo dos anos 90), contudo o impacto da originalidade do género apresentado e a intrínseca qualidade patenteada fazem situar nos anos de 1982 e 1983 o apogeu da sua carreira discográfica - facto que teve, certamente, repercussões comerciais. Entre ritmos de forró, onde perpassa a alma africana da herança esclavagista pernambucana, aparece um tema único: Como dois animais. É uma pérola lasciva, como não conheço outra. Um violento erotismo feito música. O velho "hino" erótico dos anos 60, Je t'aime moi non plus, de Serge Ginsburg / Jane Birkin, num plano distinto (muito mais sofisticado e menos selvagem) é o único que conheço digno de ombrear com este. O álbum, no seu conjunto, todo ele é bom, mas só por este tema, quanto mais não fosse, seria excepcional...
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Alceu Valença - Como dois animais in Cavalo de pau (1982)

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